sexta-feira, 2 de maio de 2008

O 1º DE MAIO É ETERNO!

Já lá vão 112 anos que meio milhão de trabalhadores encheram as ruas de Chicago, exigindo a jornada diária de trabalho de 8 horas, uma vez que naquele tempo, até os gangsters tinha horários superiores, acabando até por se integrar na manif, porque era tempo a mais e não havia tantos "padrinhos" e "corleones" para matar, como há hoje...
Hoje sim, com tanto mafioso, a liberalização de horários é um objectivo a atingir, porque só com 8 horas diárias não se conseguia assaltar, roubar e matar o suficiente. Eu até já ouvi dizer que qualquer ministro, secretário de estado, comissário ou mesmo presidente de qualquer coisa pública não têm horário de trabalho, daí o facto de haver nos dias de hoje demasiada gente sem horário das 9 às 5.
Com esta dinamização económico-social dos dias de hoje, é perturbador até o facto de já nem haver "horas de ponta" na capital, não se sabendo quem entra e quem sai do emprego, tantos são os carros em andamento na cidade, entrando e saindo de tudo o que é parque de estacionamento de shopings, mercados, expo`s, cinemas, restaurantes, teatros, discotecas e boites.
Mesmo assim, 20% da massa trabalhadora ainda cumpre as 8 horas de trabalho (ou mais), 112 anos depois da manif de Chicago, o que achamos uma aberração, mesmo sabendo que nessa altura eram seis dias por semana e agora são só 5, os outros 80% já se libertaram dessa treta de andar 8 horas atrás da máquina, funcionando no comércio, nos serviços e na vida artística, pelo que não podemos estranhar que só 100.000 ainda se manifestem por este país, na celebração do tal "1º de Maio".
Bom seria até que a esses 20% fossem reduzidas 2 ou 3 horas diárias, capazes de tornar activos aqueles milhares de desempregados que recebem o tal subsídio para não fazer nada, contrariando a tendência de sacrificar com muito trabalho uma minoria empregada, para subsidiar sem proveito uma maioria de 400.000 sem emprego.
Mas este festival de variadíssimos "1º de Maio" levou-me a ver na TV um governo turco, que quer entrar na União Europeia, a mandar bater e prender trabalhadores manifestantes, um governo cubano a inaugurar o "1º de Maio" sem discursos e com telemóveis "conectados con la revolucion", como diziam as tarjas empunhadas, o governo russo a não subsidiar o desfile e a coisa a cair de nível, qual manif tipo "feira de Carcavelos" e por último a Alemanha a colocar a polícia no meio de "fachos" e "anarcas", para levar com pedras dos dois lados.
Gostei de ver a malta nova dos "recibos verdes" a manifestar-se com muito empenhamento na baixa de Lisboa, em número reduzido tendo em conta as centenas de milhares de trabalhadores nestas condições, mas acho que o governo vai acabar com isso... talvez promulgando uma lei que altere os "recibos verdes" e promova os "recibos azuis", com direito a reforma por inteiro aos 60 anos de descontos.
Em Portugal, o senhor engenheiro foi passear para os jardins de S. Bento e eu fui comer uns pombinhos no tacho e beber uns canecos com os amigos, porque as artroses já não me deixam ir do Marquês ao Rossio, mesmo com o percurso a descer, mas eu sei que devia ter ido... o médico mandou-me andar e eu não aproveitei.
Fica para o ano.

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