domingo, 18 de maio de 2008

UM PAÍS POR INVENTAR!

O meu país ainda está por inventar, o que me está a deixar desconfortável, muito nervoso, desesperançado e com tiques esquizofrénicos, especialmente se me perguntam qual é o meu país... estou borderline, capaz até de esganar o primeiro que me pergunte o que é que eu ando aqui a fazer. Eu sei, deveria ter o substrato suficiente para reagir da melhor maneira às mais diversas e esdrúxulas situações, mas ao ritmo a que sou confrontado com o país do faz-de-conta (já nem coloco aspas...), começo a descrer nas minhas capacidades, o que é muito perigoso na minha profissão, onde passo muitas horas com a malta jovem e corro o risco de pedir ajuda terapêutica ao primeiro miúdo que me apareça pela frente.
Hoje observei na tv que o PGR, que deveria estar em casa resguardado de qualquer comentário menos apropriado por parte da "tribo" do futebol, lá estava na tribuna do Estádio Nacional, atrás do "talvez enfadado" Presidente da República e junto de ministros, presidentes de câmara e outros, em aparente mistura com os suspeitos dirigentes desportivos. Acho até que o único que fez o que devia foi o presidente do FCP, afastando-se voluntariamente daquela tribuna de gente com malformações na coluna.
Mas não era por isso que eu agarrei a pena e comecei a discorrer o tal país por inventar, não senhor, o que me encheu de comichão foi o tal técnico do Banco de Portugal que, embora tenha pedido uma licença sem vencimento há cerca de 8 (oito) anos continua a ser aumentado e a subir na carreira "por mérito", tendo até a concordância do impagável governador do banco, de seu nome Constâncio e de atitude Inconstâncio. Só assim se pode conpreender que o bom do Constâncio tenha dito que objectivamente "não há condições para baixar os impostos" e de seguida concorde aumentar o vencimento do técnico, entretanto em licença, por mais 720 euros mensais, atingindo a bela maquia de 11.000,00 euros mensais.
Estão a brincar com a tropa estes meninos... então os trabalhadores com 40 anos de serviço podem reformar-se desde que a reforma seja esbulhada de 6% por cada ano a menos que os 65 de idade, há professores que só tem direito a reforma, num máximo de 90%, com 45 anos de profissão, os trabalhadores com um máximo de 80% quando estiverem com os pés para a cova e estes "artistas" conseguem reformar-se de 3, 4 e 5 empresas, como se tivessem trabalhado 120 anos (40 em cada uma)?
Já esquecia o "moralista" Cadilhe que aceitava a presidência do BPN, desde que continuasse a receber a reforma vitalícia do BCP, além de uns trocos que vai realizando com umas aulas, uns pareceres e uns suplementos... e lembrar-me eu que o doutor queria pagar a dívida e reduzir os funcionários públicos com a venda do ouro.
Lembrei-me agora do jovem que começou por se inscrever no PSD e depois mudou para o PS, fez uns desenhos de casas com azulejos do lado de fora, tirou uma licenciatura ao fim de semana, foi apanhado a fumar no avião, disse que não sabia e agora contra-ataca fazendo-se de vítima e dizendo que quem fala do assunto não tem moral... bem, eu acho é que esta rapaziada devia ter bebido chá quando começou a andar e se entendia que não devia ser exemplo, fazia como eu, continuava a ser um cidadão anónimo e descomprometido e ninguém o chateava, mesmo que bebesse um copo a mais, fumasse onde não devia, ultrapassasse o limite de velocidade na auto-estrada ou fosse passar um fim de semana com a amante a Cabo Verde. Mas não, esta gentinha quer o poder e as suas mordomias, mas também quer o anonimato para poder fazer os disparates que lhe apetecer.
Há por aí alguém que invente um país chamado Portugal?

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