domingo, 21 de novembro de 2010

DA PALMA DA MINHA MÃO...

Anónimo escreveu...

Da Palma da minha mão...

Há-de nascer um soneto de amor
Simples, conciso, em si tão perfeito,
Saído da pena que trago ao peito,
Que poeta algum nunca ousou compor.


Há-de crescer palavra... uma e apenas...
Esparsa nos ventos das tardes frias...
Da vida instante que são meus dias,
Aroma de orvalho de manhãs serenas.


Marca no rosto... suave carícia...
Música guardada em lágrima rolada...
Discreto acorde, que me ensinaste assim.

Mão aberta, em súbita imperícia...
Desajeitada, ainda a tremer, só de ter...
O ver do teu olhar a passear em mim.

PS – Achei o poema fantástico e achei que não podia ficar apenas como comentário. Só tenho pena de não saber quem o ofereceu, no entanto… muito obrigado!

21 de novembro de 2010 11:23

QUANDO O JACARANDÁ FLORIR EM TODO O SEU ESPLENDOR

Fragância tão forte e tão inteira,
dará a sensação de liberdade...
o aroma que macio, é a fogueira
do frio que me coze na cidade.

Quando o jacarandá florir em todo o seu esplendor
o perfume é teu, para sentir
a alma de nós dois... e, por amor
do coração que mais sorrir.

O tempo que resolve tudo e nada,
onde experimento a solidão,
será o amor, será a estrada,
a espuma da onda, da paixão.

sábado, 6 de novembro de 2010

FÉRIAS NO EQUADOR...

Antes de mais quero afirmar que não sou racista, nem xenófobo, nem anti-nada, nem anti-tudo, acho até que a minha experiência de vida me dá uma certa almofada ergonómica e psicológica que de alguma maneira me faz reagir com calma, mesmo nas piores e mais constrangedoras situações, mas devo reconhecer que há alturas em que tenho tendência para perder a cabeça.
Depois de um dia na fazenda de um amigo a ajudar a apanhar azeitona, uma tarefa que mesmo deixando algumas mazelas de natureza física, me dá o prazer de colocar as conversas em dia e aproveitar um almoço excelente, tive o azar de olhar para a tv no momento errado e agora estou aqui a digerir uma azia por culpa de uma reportagem miserável, produzida e divulgada na SIC e autorizada por um director de informação que deveria ser enviado de férias para o Equador.
Então não é que esse canalzinho de tv mostrou aos portugueses um caso de prisão de duas cidadãs portuguesas no Equador, por pretenso transporte de droga para Portugal e referiu até que o senhor embaixador não prestou os cuidados necessários às duas cidadãs?
Fiquei incrédulo quando ao olhar a reportagem dei com duas mulheres de etnia cigana, analfabetas que diziam ter assinado os papéis com "o dedo" e que foram ao Equador sim, de viagem, presumo que de férias, talvez segundo elas tentando um emprego num hotel, provavelmente a ler a sina aos turistas e que à chegada encontraram um senhor bexigoso que as mandou tomar banho. Imagino o tormento dos passageiros próximos ao fazer uma viagem de horas com aquelas cidadãs portuguesas ao lado, já que o "bexigoso" deve ter tido boas razões para as mandar tomar banho à chegada.
E o que pensarão os equatorianos de nós portugueses, pela amostra das cidadãs nacionais, analfabetas e tradicionalmente vestidas e pouco ou nada perfumadas? esses é que nunca vão emprestar-nos dinheiro para equilibrarmos o orçamento de estado.
E tudo acabou com as cidadãs portuguesas a chorar muito, a pensar mandar as filhas adolescentes passar férias em países sul-americanos (isso imagino eu...) e a sonhar com uns empregos nos hotéis da américa latina, que isso de apanhar azeitona é só para os parvos.
Bom seria que o objectivo da reportagem se centrasse no esquema fraudulento, nos tipos "bexigosos" que dominam o esquema, na forma organizada como essas redes funcionam, como o serviço de estrangeiros e fronteiras deixa este pessoal ir de avião para o Equador sem colocar umas questões quando vêem os passaportes, uma vez que já há uns anos aceitaram de ânimo leve que duas senhoras de meia idade alugassem por cem mil euros um avião, para irem tomar o pequeno-almoço à Venezuela. Este é o Estado a que temos direito.
E quanto à SIC, continuo à espera que se lembrem de quem trabalha honestamente neste país... ou esses não querem mesmo aparecer na televisão?

sexta-feira, 5 de novembro de 2010

DÍVIDAS, DÚVIDAS, DÁDIVAS

Como é possível tanto clamor sobre dívidas se na verdade a nossa vida pessoal e colectiva conviveu, convive e sobreviverá "ad eternum" com isso tudo e o resto que, não estando orçamentado, se cimentará pelos séculos mais próximos?
Qual a necessidade de promover o "stress", a angústia e o medo na maioria dos portugueses que anseiam pela bancarrota? sim, anseiam por que isto páre por uns tempos, porque uma pessoa com saldo negativo só espera que os credores morram ou se afundem na tal bancarrota... então se eu devo cem mil euros e só tenho 100 na conta bancária estou preocupado? preocupados devem estar os credores, mas adiante...
Claro que depois das dívidas sobrevêm as dúvidas, porque parece que alguém se lembrou que as obras governamentais, tais como auto-estradas, pontes, comboios, estádios, festas e fados, construídos para que todo o povo usufruísse, estão a dar cabo do orçamento, o que só se resolve com o corte dos salários dos funcionários públicos... e eu pergunto, então essas obras que provocaram prejuízos e despesas assustadoras a médio e longo prazo e que servem toda a população só vão ser pagas com o dinheiros de uns? o funcionário a quem cortam o vencimento porque há obras para pagar, foi chamado a pronunciar-se se queria essas obras, as quais é agora obrigado a pagar? e a iniciativa privada, que usufruiu todos os dias dessas estruturas, não paga nada? e os accionistas da PT que vão receber juros livres de impostos são diferentes do cidadão que tem um dinheirito a prazo e vê o Estado sacar-lhe 25% de imposto sobre o miserável juro obtido com o depósito?
E a dúvida mantém-se... para quando a prisão de todos os gatunos que nos últimos 36 anos levaram o país à falência? a propósito, Alberto João Jardim chamou hoje gatunos a todos aqueles que lhe proíbem acumular o vencimento de presidente do governo regional com alguma reformazita com que se abotoa. Só hoje é que lhes chama ladrões quando lhe chegaram ao bolso? na semana passada quando roubaram o abono de família aos desgraçados não o ouvi dizer nada...
Mas o melhor é seguirmos para as dádivas, já que de dívidas e dúvidas estamos esclarecidos... será que o governo não sabia que a situação estava mal quando oferecemos estádios de futebol à Palestina, centenas de milhões de euros à Grécia ou enterramos milhares de milhões de euros num banco comercial que deveria ter falido como acontece em qualquer país livre e democrático?
Não precisamos mudar de país, mas acho que precisamos de mudar de povo...