quarta-feira, 14 de maio de 2008

GOD BLESS AMÉRICA!!!!!

Se o meu estado de espírito já andava por baixo, negativamente impressionado desde que no Mundial de Futebol realizado na Coreia do Sul perdemos com os Estados Unidos, a pátria de tudo menos de futebol, em que somos sempre o supra-sumo dos melhores e perdemos sempre porque ainda não conseguimos exportar o Valentim Loureiro, nem o Ferreira Torrres para a FIFA, eu quero afirmar que a terra do "Tio Sam", do "Buck Rogers" e do "Bonanza" está a ficar de mal a pior, muito embora seja o oásis de mexicanos, hondurenhos, guatemaltecos e mais uns milhões de deserdados de 180 países que andam por aí em volta do sol.
E tudo isto a propósito de um programa que passa num desses canais pagos a peso de ouro, chamado "Oprah", onde todos os dias chegam casos que eu pensava nunca poderem existir no reino da liberdade e do capitalismo... de tal modo que fiquei chocado, por saber que o que as pessoas contavam não se referia ao Afeganistão, Turquemenistão ou outro qualquer país para "trás do sol posto", não, era mesmo dos gloriosos Estados Unidos da América, a mais que desenvolvida democracia do globo.
- E então o que é que se passa, que nós nem sabemos?
- Pois eu tenho algum receio de dizer, pode estar aqui por perto algum membro do governo e depois a malta é que se lixa, eles podem copiar o modelo...
- Era agora o Sócrates que ía copiar os americanos...
- Eu sei lá... para combater o deficit, ele até vende a Universidade Independente, pá...
- Mas conta lá o que é que te chocou...
- Então eu conto.
E contou, tim tim por tim tim, que na grande América não há Serviço Nacional de Saúde, nem Hospitais Públicos, nem Centros de Saúde e que 50 milhões de americanos não têm seguros de saúde, pelo que quando estão doentes, ou tomam uma aspirina e esperam que passe, ou nem a porta do hospital passam. Mostrou então um jovem com leucemia, deitado na sua cama em casa, à espera da morte, porque o seu seguro de saúde só cobria despesas até 150.000 dólares e o tratamento custava 400.000 dólares. Como ele não tinha o restante, estão a ver, não é?
Isto no país mais rico do mundo...
Um dos intervenientes, representante das companhias de seguros dizia que estas comparticipam com 5.000 milhões de dólares anuais em tratamentos, qualquer coisa como 25 dólares por habitante. Um pequeno calculo diz-me que em Portugal o Estado paga em serviços de saúde mais de 100 euros/ano por habitante (150 dólares). E nós é que somos os pobres?
Fiquei orgulhoso do meu país, onde por meia dúzia de euros vou a um hospital ou centro de saúde e sou assistido, ganhe muito, pouco ou nada, onde em doenças mais graves, sou atendido e tratado sem que ninguém me pergunte se tenho dinheiro para as cirurgias ou tratamentos, onde um amigo meu, com uma reforma de 250 euros mensais, levou um coração novo, onde uma amiga foi tratada a um cancro durante anos sem que o Estado se demitisse das suas responsabilidades.
Ganhamos menos? ganhamos, mas podemos dormir um pouco mais descansados, pelo que pude ver na TV, que os desenvolvidos americanos e, quando toca a saúde todos ficamos satisfeitos de saber que em caso de urgência, doença grave ou acidente, ninguém nos barra a entrada num dos nossos hospitais públicos.
Mas estou preocupado... será que o nosso primeiro-ministro têm algum primo na América?

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