sexta-feira, 22 de agosto de 2008

ANDAM A BRINCAR COM ISTO!





"Portugal ocupa a penúltima posição..."
"Portugal só tem a Eslovénia atrás na diferença entre..."
"Portugal está em penúltimo na Europa a 27, no que siz respeito ao..."

Se temos a mania triste e despropositada de ligar a rádio e a televisão, para além de lermos os jornais, somos confrontados com um "país da treta", onde quase nada nos indica que estamos no primeiro terço dos países mais desenvolvidos do planeta (coitadinhos dos outros 170 que estão atrás de nós...).
Se é verdade que Portugal se desenvolveu nos últimos 40 anos, somos levados a pensar que isso é a causa natural de uma explosão tecnológica e científica que colocou ao dispôr de uma massa enorme de consumidores um conjunto de meios que lhes facilitou a vida, independentemente de quem governou, governa ou governará, de tal modo que até mesmo em 1975, com mais dificuldades, o Almirante Azevedo fez greve durante um mês e o país nem deu por isso. Concluo apressadamente e sem suporte científico que a sociedade está num estádio de desenvolvimento tal que os governos só atrapalham, até porque naqueles casos e sectores em que os governos deveriam actuar... nada.
Nada será muito para classificarmos algumas luminosas ideias e projectos dos governantes, na medida em que o "caso" da crónica de hoje é o "menos que nada" de quem só tem serradura na cabeça, e perguntam vocês porquê?
Então não viram já o folheto publicitário que encima esta crónica? pois é, uma multidão de organismos, publicos e privados resolveram reeditar o saque dos "Fundos Sociais Europeus", sobre o patrocínio do QREN e ala que se faz tarde, aqui está mais um curso de "Administrativo", com equivalência ao 12º ano de escolaridade, com subsídio mensal no valor do salário mínimo nacional e subsídio de alimentação, desde que o jovem tenha o 9º ano de escolaridade, 18 anos e esteja desempregado. Presumo que este curso possa ser concluído durante 2 ou 3 semestres, com 2 ou 3 horas por dia a partir das 6 da tarde, que os jovens não podem estar 3 anos de volta dos livros como os parvos dos colegas que vão para a escola normal e têm de se esfolar para concluir os 3 anos do secundário com média aceitável para entrar no ensino superior. Depois é fácil, a pretexto de uma igualdade de tratamento, a senhora ministra dirá que são válidos estes 12ºs anos para continuação de estudos, como aconteceu há uns anos com os alunos dos cursos nocturnos a entrar na universidade com melhores médias que os diurnos.
Nas próximas estatísticas teremos a população mais instruída da União Europeia e o Sarkozy até mandará cá a Carla para tirar o 12º ano durante as férias de Verão. Seremos elogiados como o povo do "choque educativo" e iremos por esse mundo transmitir conhecimentos "independentes" e "modernos" (não tem nada a ver com as universidades, claro... mas é sempre bom referir isso porque há sempre uns gajos mal intencionados a ler isto...).
Entretanto, começo a pensar que só alguns atrasados mentais irão mandar os filhos para a escola normal, sabendo que podem mandá-los para estas "escolas" com o salário mínimo nacional garantido e um mestrado no horizonte, se entretanto a União Europeia cair com mais uns fundos do QREN2, 3 ou 4 que possibilitarão formar mais umas levas de ignorantes.
E se os governantes fizessem greve, não seria melhor?

terça-feira, 19 de agosto de 2008

QUE FÉRIAS!!!




Todos os dias pela manhã costumo lembrar-me da canção de intervenção "eu gosto é da caminha", perdão, acabei agora de ouvir um lançador de peso a mandar esta sorridente boca a partir de Pequim e não me controlei, claro... mas estava eu a dizer que " eu gosto é do Verão", isso mesmo, a democrática estação onde qualquer pobre veste bem com pouca roupa, onde apesar de um ventinho desagradável à noite tenho aguentado as sandálias, o polo sem marca de meia manga e umas calças de ganga boa com marca reconhecida no mercado e que me custou os olhos da cara, porque para mim umas calças a mais de 40 euros já é artigo de luxo. Convém lembrar que às vezes acabam por ficar mais baratas porque se aguentam meia dúzia de verões sem perder a cor e no caso das camisas, com os colarinhos sempre virados para o mesmo lado e com a vantagem de as calças de ganga aguentarem a cor azul desde que começaram a ser usadas pelos operários dos anos 50 do século passado, como agora os jornalistas costumam afirmar, só para nos baralharem, muito embora os anos 50 deste século ainda não tenham chegado. Acho até que nesta coisa das épocas já deveriam ter introduzido algumas emendas, porque o meu pai lembrava a "geração de 60" como um grupo de proeminentes escritores do século XIX, eu lembro a "geração de 60" como um grupo de jogadores de futebol do século XX e os meus netos vão recordar a "geração de 60" como aquela em que irão passar férias à Geórgia com os filhos em pleno século XXI. Depois vêm os teste de Português falar da "geração de 60" e é uma confusão... mas adiante, eu estava a lembrar-me do Verão, das férias, do prazer que é estar aqui no país vizinho e não saber nada do que se passa aqui no cantinho à beira-mar plantado (o meu avô diria prantado...). Não foi bem assim, claro, os jornais não diziam nada, mas sempre havia telemóveis para saber novidades, com pagamento de chamadas pelo emissor como também pelo receptor, que isto de sacar dos dois lados é que é bom, disseram-me até que como são dois operadores têm de fazer-se dois pagamentos, mas eles acham mesmo que é boa educação eu telefonar para um amigo e obrigá-lo a pagar a chamada que eu faço? já bastava ter de me ouvir, ainda vai ter de pagar... mas foi melhor assim, com a intenção de não magoar os amigos com pagamentos indesejáveis, acabei por não lhes telefonar.

Ahh, já me esquecia, os jornais espanhóis deram-me uma notícia de Portugal, durante a semaninha de férias... "O club de futbol portugues Gil Vicente fué comndenado en uno proceso de corrupcion, y seran retirados tres puntos en campeonato". É verdade, esta foi a única notícia de Portugal nos jornais espanhóis, reflectindo muito acertadamente a imagem que este pedacinho peninsular tem para os vizinhos do lado e começo a pensar muito seriamente que os chineses, os indianos e os japoneses gostam de nós portugueses porque estão suficientemente longe para isso.

Depois de um mês de descanso, já repararam que hoje não falamos de polícias e ladrões?