terça-feira, 1 de maio de 2007

QUADRO

Um silêncio de mil cores
corta cerce o ar que respiro
e dá-me o momento certo, vivo,
do quadro em que pinto meus amores.

A trincha que desliza sobre a tela
em círculos amarelos tão perfeitos,
nem precisa de retoques, de efeitos,
para descobrir face tão bela.

Não tens idade, és sempre igual,
o teu sorriso tão cúmplice e tão calmo,
é dado sem esperar, como num salmo,
a causa de amor tão natural.

Mas depois descobrimos tudo isso
e achamo-nos, um e outro bem diferentes,
trocando nosso amor por mil sementes,
selando na noite clara o compromisso.

No jardim, antes com ervas banais,
florirão cravos, rosas belas,
e pintaremos ainda novas telas
de amor, diferentes, mas iguais!

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