domingo, 22 de junho de 2008

O ESTILO DE JOGO

Peço desculpa, não é que queira incomodar, mas há dias escrevi uma crónica onde a certa altura, contrariando os portugueses, os verdadeiros portugueses e também os jornalistas, políticos e associados, escrevi que à semelhança dos últimos 50 anos iríamos ser eliminados por gregos, holandeses ou franceses... mas eu peço desculpa não porque não fomos eliminados por um destes, mas fomos sim afastados do título que era nosso pelos alemães, um país fraco que sem saber como, nos ganhou com a ajuda do árbitro, com a ajuda da UEFA, sim, que o Platini não nos grama nem com "croissants" desde que nos tirou o título em 1984, que a malta perdoa mas nunca esquece.
Afinal há mais de 50 anos que andamos no Europeu da bola e nunca ganhamos... e quer-me parecer que isto do futebol é tão científico como o Festival da Eurovisão, que também nunca ganhámos, mas aí era tudo por causa da política, lembram-se? só a Espanha é que nos dava 12 votos e nós retribuíamos sempre, cantassem bem ou mal. Como era uma ditadura, não ganhávamos, depois com a democracia também não ganhávamos e houve uns anos em que ganhámos juízo e nem lá fomos. Agora já vamos e como o voto é pelo telefone já temos votos da Suíça, da França, da Alemanha, de Andorra, da Espanha... acho que isto tem a ver com os nossos emigrantes e se assim fôr o próximo Mundial da Eurovisão vai ser nosso, com os votos da diáspora.
Caramba, mudo de tema como quem muda de governo, perdão, como quem muda de camisa, mas as conversas são como as cerejas... ahhh por falar em cerejas, hoje tive um mal entendido com uma menina do hipermercado que me queria facturar abacaxi de 0,99€ por ananás de 6,19€ o quilo, como se fosse possível eu comprar ananás a um conto e duzentos o quilo, eu nem sabia que o ananás já estava a este preço e também não faço ideia porque é que o abacaxi, mais doce que o ananás está seis vezes mais barato... talvez seja pelo nome e para distinguir as classes sociais em Portugal, com ananás para a classe alta, abacaxi para a classe média e o abacaxi em rodelas para a classe baixa, isto se as classes sociais em Portugal forem tão inteligentes como eu penso que são.
Mas eu vinha teclar sobre futebol, escrever sobre o estilo de jogo, a capacidade ofensiva, a defesa à zona, o homem a homem que um comentador disse já estar ultrapassado e que uns minutos depois o Paulo Ferreira que, coitado, não tem nome de jogador de futebol, foi acusado de não ter marcado o adversário dessa maneira, o tipo de futebol vertical ou lateralizado, a profundidade da coisa, o sistema que resultou e que fez da Grécia campeã e que quatro anos depois, com o mesmo treinador e os mesmos jogadores só deu derrotas, o descanso dos jogadores que uma vezes é pouco e outras é demais, o craque que a semana passada era o melhor do mundo e agora...
Mas vocês já repararam que um jogador de futebol não pode ter um nome daqueles? e você, já pediu um Paulo Ferreira? perdão, era Porto Ferreira, não sei porquê às vezes baralho-me...
A apropriação do futebol, por governos, bancos, empresas de marketing, publicidade e moda, políticos, classe "média-alta", artistas e outros "artistas" levaram o futebol a um estatuto apetecível para quem consome, especialmente os jovens e seus paizinhos, distorcendo até alguma análise racional do fenómeno. E em 40 anos o futebol, seus jogadores e jornalistas, passou de um estatuto de menoridade social para um plano de "genialidade", o que, num e noutro plano me irrita profundamente.
Em relação ao futebol eu gostava... de ser suíço.

Nenhum comentário: