quinta-feira, 21 de junho de 2007

CUIDADO COM O APELIDO!

Não sei se já repararam mas é na Conservatória do Registo Civil que, salvo raras excepções, se traça o destino do pessoal. Quer queiramos, quer não, é o pai ou a mãe que num gesto bem simples dão um futuro mais ou menos risonho a essa juventude que, sem o saber está com o futuro quase traçado, sem necessidade de consultas ao psicólogo, às muitas comissões de acompanhamento ou ao telefone do SOS Criança.
Vem tudo isto a propósito de alguma experiência desportiva, o tal “cheiro do balneário” que fui adquirindo com o tempo e que não tem nada a ver com a minha formação académica. Não confunda alhos com bugalhos e venha brincar um pouco com o simples facto de, o nome de um jovem poder ter influência no seu futuro, mau grado a necessidade de saber fazer o mínimo dos mínimos.
É mesmo, o apelido é fundamental para obter sucesso, às vezes mais importante até que saber praticar a modalidade desportiva. Eu sei que depois há outros aspectos a ter em conta, claro, porque um gajo pode ter jeito (e são mais que muitos com jeito), pode ter a tal habilidade, saber dar uns toques, cuspir para o chão 157 vezes durante o jogo, chamar nomes ao árbitro, deitar-se para o chão quando está cansado ou a equipa está a ganhar. Mas perfeito, perfeito é mesmo ter nascido com um nome que se adapte à modalidade onde quer ser campeão.
Comecemos pelo remo, alguma vez o João Maria, o Manuel Francisco ou o José Carlos poderia ser campeão em “laser”, “mistral” ou “optimist”. Sabe o apelido dos craques? Pois é, Melo, Lima, Schedel, Prieto, Lacerda, para só falar de portugueses…
Agora passamos para o ciclismo e lá temos o Azevedo, o Neves, o Faria, o Anão, o Cabreira, o Carvalho e o Andrade, só para referir a equipa do LA Alumínios, mas poderíamos falar do João Roque, do Alves Barbosa, do José Maria Nicolau, ou do Joaquim Agostinho… você já viu um jovem chegar a uma escola de futebol e o “mister” perguntar:
- Como é que te chamas?
- Joaquim Agostinho (ou Joaquim Andrade, ou Joaquim Calquinhas, ou…)
- Olha, hoje não dá, já temos alguns 50 para treinar… volta cá p`rá próxima época.
Agora uma versão diferente, com os mesmo protagonistas:
- Como é que te chamas?
- Quim (ou Kim, ou Quinzinho, ou Keane…)
- Vai equipar… a propósito, a que lugar é que jogas?
Pequenos pormenores que fazem a diferença, claro, mas se se chamar Simões, Ricardo, Jardel, Simão, Moutinho, Veloso ou Bosingwa a situação melhora.
A propósito do Bosingwa, no primeiro jogo de uma selecção de sub-20, em Toulon, o locutor passou o jogo a chamar-lhe o verdadeiro nome, sabe qual? José da Silva, caramba!. Por pouco não arruinou a carreira futebolística ao rapaz.
Vá por mim, o futuro do seu filho está nas suas mãos, ou melhor, na “certidão de nascimento”, mas não exagere, não caia na patetice de lhe chamar Pele ou Eusébio, porque aí eles vão desconfiar que é só marketing.

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