segunda-feira, 16 de abril de 2007

POBREZA NUNCA MAIS!

De facto já alguém muito mais sábio que eu, como se eu fosse sábio qualquer coisinha, dizia para quem o queria ouvir que "abençoados os pobres de espírito porque deles é o reino dos céus". Bem, esta referência monárquica terá de ser adaptada aos republicanos, tribalistas (não os da música, que esses são muito bons) e outros que se governam de outra maneira qualquer, mas voltando aos pobres de espírito, eram e são esses mesmos , os portadores do bilhete de entrada no reino dos céus. Nem uma referência aos pobres de facto, aqueles 2.500 milhões que conseguem viver com menos de 2 dólares por dia, a esse número gigantesco que dava para encher de gente 250 (duzentos e cinquenta) países como Portugal. Tudo isto segundo o jornal de hoje e com algumas reservas porque os jornais às vezes confundem milhares com milhões e colocam vírgulas onde não existem. Mas deve ser isso mesmo, 2.500.000.000 de pobres num total de 6.000.000.000 que por cá andam, ou seja um pouco mais de 40% da população mundial e como uma desgraça nunca vem só, o dólar tem estado a desvalorizar nos últimos tempos, o que deve transformar os pobres em miseráveis nas estatísticas do próximo ano. Esquecem-se os peritos da ONU, da FAO, da COCA , da COLA CAO e etc e tal de contabilizar aqueles desgraçados que com mais de 2 (dois) dolares por dia, conseguem chegar ao final do mês com saldo negativo, porque embora ganhem mais uns cobres, são aliciados com o reino dos céus todos os dias através da televisão, dos jornais, dos folhetos de promoção das caixas de correio, dos telefonemas a prometer o paraíso (a estância de turismo do "reino dos céus") e de uns postais muito divertidos que uns quantos nos mandam para não nos esquecermos de pagar o imposto sobre a casa que pagamos, o selo do carro, a inspecção, a revisão, o IRS, a Segurança Social, as propinas dos miúdos, a prestação do empréstimo, o PPR (mais vale prevenir, não é?), a farmácia...
Ainda bem que só os pobres de espírito têm entrada garantida no reino dos céus, porque se fossem todos os pobres... não cabiam lá dentro.

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