domingo, 18 de novembro de 2007

VASCO HÁ SÓ UM, O PULIDO E MAIS NENHUM!

Uma sociedade como a actual tem sempre bons motivos para uma crónica, haja vontade de a pensar e escrever... e há mesmo, tal a quantidade de blogs que aparecem diariamente na internet, na ordem das dezenas de milhares a cada dia que passa, por esse mundo fora. Ora, mesmo em Portugal, são milhares e milhares os blogs que aparecem, o que de alguma forma contradiz a estafada ideia de que somos um país de analfabetos. Temos uma percentagem de cidadãos que não gosta de ler, ainda menos de escrever, trabalhar então "tá" quieto, mas há uma enorme percentagem daqueles que gostam de teclar e dar a conhecer textos, trechos e factos que prenchem os seus tempos de lazer.
Mas até para escrever aqui umas cronicas está difícil, umas vezes porque a inspiração está muito em baixo, outras porque os temos que impressionam não deixam margem para umas tiradas irónicas e não me apetece fazer humor negro e outras ainda porque o tempo não dá para tudo. Este fim de semana então foi um tormento, na medida em que fui comprar o "Expresso", como habitualmente e levei para casa quase 3 quilos de papel impresso, o que é demais para quem não consegue ler o semanário durante a semana e aproveita o Sábado e o Domingo para o fazer. E o resto? e a ida ao shoping? e o almoço fora com a companheira de quase todos os dias? e o café com os amigos? e o jogo da selecção? e as bricolages, torneiras e estores das janelas para substituir? É uma canseira!
Para descontrair li uma entrevista de Vasco Correia Guedes, ou melhor, Vasco Pulido Valente. O homem achou e bem mudar de nome, como fazem as estrelas de cinema e outras, uma vez que ainda acabavam a chamar-lhe "VascGuedes" e Pulido Valente é dele mesmo, uma vez que esse era o apelido de um seu avô.
Achei interessantíssimas algumas partes da entrevista, os problemas criados enquanto estudante com a expulsão por mau comportamento no 4º ano (actual 8º), a participação nas estruturas estudantis universitárias,
- Então e o que fazia lá no Movimento de Acção Revolucionária?
- Nada!
E a vida continuou, não se sabe à custa de quê nem de quem...
- Esteve dois anos em Direito, mas desistiu...
- Sabe, eu não sabia bem o que queria, fui para Inglaterra... voltei...
Conta que no 25 de Abril combinou com a mulher irem receber Mário Soares e Álvaro Cunhal, ela foi ao "Camarada Marocas" ele foi ao "Camarada Cunhal"... não acredito que fossem cada um ao seu só para bater palmas, mas lembrei-me agora dos manos Portas, não sei porquê...
Ainda foi Secretário de Estado, porque o Dr. Sá Carneiro lhe pediu para arranjar um secretário de estado... como não encontrou, tomou ele mesmo posse. Lembrei-me de um Secretário de Estado do Turismo que, no dia em que ia tomar posse no Governo do PS, foi substituído porque tinha tido o mesmo cargo no governo anterior, do PSD.
Mas o que mais me impressionou na entrevista de Pulido Valente foi, textualmente:
- Teve uma filha?
- Patrícia Cabral. Não usa o meu nome (vindo de um homem que mudou o nome...).
- Tem uma relação próxima com ela?
- Não.
E mais não disse Vasco Pulido Valente. Nem uma frase ternurenta, nem um carinho, nem uma referência mais numa entrevista de doze páginas, o que me leva a pensar em tanta coisa...
Vou continuar a recusar entrevistas, claro, mas se me convidarem e eu mudar de ideias, os meus filhos sabem que pelo menos metade da entrevista é para falar deles. Eu só falo do que gosto!

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