domingo, 7 de março de 2010

O GOVERNO "BULLYING"

Ao ler uma crónica excelente do meu amigo Miguel Sentieiro sob o título "A Chunga", referindo-se a uma minoria de alunos perfeitamente mal comportados, oriundos de família também mal comportadas, normalmente apresentadas como contrapeso de uma má consciência colectiva que quase nos obriga a pedir desculpa por sermos bem comportados, lembrei que isso do "bullying" está em todo o lado, na família, na escola, ao lado da escola, no clube, no emprego, no governo local, regional e nacional, porque isto de empurrões físicos e sociais é o"dia a dia" de quase todos os que por aqui andam.
Claro que todos fazemos "bullying" quando não respeitamos o outro na fila do refeitório escolar, ou no restaurante, no estádio, no parque de estacionamento, no shopping, no autocarro, na auto-estrada, empurrando, pisando, ultrapassando, chamando nomes à mãe do guarda-redes que bate o pontapé de baliza, pontapeando toda e qualquer boa educação que tenha tido no banco da escola primária, ofendendo a dignidade de qualquer um com palavrões e atitudes indecorosas na frente de filhos e amigos... claro que ninguém é santo e eu também não suporto uma sociedade de padrecas onde as virtudes são públicas e os vícios privados, mas o contrário também não pode ser a regra.
E o "governo bullying" que temos? aquele feito de boys que saíram das faculdades independentes, das pós-graduações tiradas nas férias de verão, ou de teses de mestrado "copy/paste" sobre os distúrbios psico-sociais do bairro da Bela Vista inseridos nas brechas da sociedade capitalista, pavões vindos da luta de classes do MRPP, AOC, FEC-ML, MES, PSR que acabaram por aterrar na nora dos "partidos de governo" e seus herdeiros, esses sabemos muito bem como praticam o "bullying da sucata", o "bullying do BPN", o "bullying do deficit", empurrando os trabalhadores, dando-lhe porrada sistemática, quer no tempo de serviço, nas reformas ou no desemprego, sem que quem de direito os ponha na ordem.
Esta semana comprovei a existência e validade da "excessão à regra" que umas vezes comprova e outras vezes justifica o "bullying estatal" ao ver uma reportagem televisiva sobre o nosso Presidente Cavaco Silva, pessoa em quem nunca votei e que numa análise superficial eu achava teimoso "até dizer chega", primeiro porque tinha um BX igual ao meu, simples professor", quando foi eleito primeiro ministro, não lia jornais e agora porque vive há quarenta anos no mesmo andar e sem aquecimento, coisa que eu não dispenso na minha vivenda que tenho vindo a construir desde há trinta e três.
Com um povo assim tão poupado como o Presidente da República, meus amigos, o saldo negativo do PIB nunca teria existido, mas... agora me lembro que o Dr. Cavaco Silva tem uma reformazinha como professor universitário, uma outra como quadro do Banco de Portugal, outra ainda como ex-Primeiro Ministro e dentro de algum tempo, uma outra como ex-Presidente da República, o que me faz acreditar que o "bullying do Estado" continua e de boa saúde, com a agravante de o facto de ainda não ter aquecimento no apartamento pessoal já não é tanto de natureza económico, mas talvez seja desleixo.
Do "bullying do governo" nem é bom falar, porque de cacetada nos trabalhadores, o governo de José Sócrates é bem pior que o Petit quando jogava no meio campo do Benfica, era porrada em quem lhe aparecia pela frente e o governo, esse dá por todos os lados.

Um comentário:

Miguel Sentieiro disse...

E o bullying que um gajo de bigodes faz quando chega ao gabinete de mau humor?...Essa da minoria dos alunos ser chunga,...espera mais uns 8 anitos e verás como rapidamente passa a maioria, se a malta não põe mão nas bestas.