terça-feira, 9 de março de 2010

O CONTROLE DA COMUNICAÇÃO SOCIAL

Estava eu muito descansado, porque eu descanso, ou melhor, não me canso na maior parte do tempo livre que vou usufruindo, apenas porque esse é um dos objectivos a que me propus no tempo presente, especialmente aos fins de semana, mas muitas vezes e mais vezes que aquelas que o meu corpo e espírito toleram há factos que me deixam de rastos, não aquele cansaço que leva alguns maratonistas a tombar mal passam a linha de chegada, mas de rastos no sentido figurado, mais psicológico, mais perceptivo-cinético, mais cerebelo-talâmico-cortical que, se não sabem, até fico a ver mal e a perder o equilíbrio... enojado, estão a ver?
Pois no Domingo tive o desprazer de ter a televisão ligada num tal canal que transmitia um programa " Perdidos e achados", pouco achado e totalmente perdido o programa, claro, o tempo e a paciência, porque alguma mente brilhante achou por bem mandar uns jornalistas, operadores de câmera e associados ao Brasil entrevistar o infelizmente célebre Militão, o "artista" que enganou, roubou e mandou assassinar seis portugueses, alguns dos quais o consideravam amigo e que às suas ordens acabaram por enfrentar uma morte horrível, massacrados e enterrados vivos numa barraca de praia.
Pois a televisão que temos, pobre de programas, administradores e directores de informação, achou por bem retirar da arca mórbida em que esconde o que de mais baixo tem a sociedade actual e mostrá-lo ao povo, através da divulgação de uma entrevista com este triste exemplar do crime que, felizmente, não foi julgado em Portugal, caso contrário já estaria a dar entrevistas no Terreiro do Paço com o Tejo ao fundo.
Não contentes com isso, lá foram mais uns jornalistas tentar entrevistar as seis viúvas, concerteza convencidos de que era mais um furo jornalístico, talvez até com mais audiência que as "escutas" do Sol, mas esqueceram-se que no Portugal profundo e digno as pessoas não vendem a alma a uma entrevista de televisão, não têm o pedigree do "emplastro", sabem ser dignas da memória de pessoas que lhes são queridas e gostam de preservar a sua imagem, pelo que abandonaram o local do crime após a recusa generalisada de protagonismo da quase totalidade das famílias das vítimas.
O assassino Militão lá continuou a tentar chorar umas lágrimas que só convenceram o jornalista, perante um sorriso do chefe da prisão que já não se comove com lágrimas de crocodilo, pedindo perdão, dizendo-se um homem novo, só não tendo argumentos para justificar uma fuga da prisão e a constituição de um gang que raptava e sequestrava pessoas sob o seu comando desde as grades da prisão.
Por tudo isto eu acho que a comunicação social não deve ser controlada, nem pelos partidos, nem pelos governos, mas deve ter a olhar toda a programação uma pessoa adulta, íntegra, eticamente intocável, com registo criminal limpo, com mais de 65 anos e sábia de preferência, escolhida por concurso público em escrutíneo nacional por um período de tempo limitado e com poderes para impedir todos os "perdidos e chachados" programas de tv que dêem tempo de antena a gatunos, inimputáveis e assassinos, mantendo fora do ecrã milhares de cidadãos honestos, inteligentes, trabalhadores e cumpridores dos seus deveres profissionais e sociais. Esses só têm direito a pagar impostos e a subsidiar essas "estrelas" da tv.

Um comentário:

Miguel Sentieiro disse...

É isso bigodes! Dá-lhe com força que só assim alivias a vontade de saires por aí ao tabefe aos gajos que te impediram chegares já à reforma. Se pensares positivo, até acabarás por agradecer, não fosse o teu corpo escolher uma das praias do Brasil e acabares a conhecer um Militão e dares por ti com umas pazadas de betão armaado em cima do cerebelo...