sexta-feira, 17 de agosto de 2007

QUE FÉRIAS!!!


O facto de ter acabado de ler uma crónica de um amigo, sobre a forma quase arrepiante como passou as férias, leva-me a fazer uma análise da forma quase “paranóica” como no século XXI ainda se destroem férias que, alguém decretou e bem, deveriam ser fascinantes.
Durante o ano descuram-se pormenores tão importantes, como o “onde”, o “como”, o “quando” e o “quem”, preparando um tempo que deveria ser de contacto com os “Deuses”, que eu até acredito que existem, mas não, deixam andar tudo ao “Deus dará”, borrifam-se para os colegas e amigos que nos seus tempos mais ou menos livres aparecem no gabinete de trabalho com revistas de agências de viagens, folhas impressas de sugestões retiradas da net e revistas da especialidade. Em determinados períodos do mês, especialmente na última semana, até lançam uma bocas ordinárias se vêem um colega com uma revista com fotos das Bahamas, Caraíbas ou Seichelles.
Depois acabam por alugar uma casa mal amanhada, bem pior que a que deixaram lá no meio da serra, sem internet, sem tv cabo, sem sofás de jeito, enfim sem nada do que apreciamos, só pelo facto de ter a praia ali pertinho, com a água mais fria que a imperial servida no apoio de praia e os miúdos sempre demasiado pequenos, porque só se lembram de fazer filhos quando já estão com idade de avós.
E ainda querem ter umas férias com “pedigree”… ainda por cima acham que nem vale a pena ir até ao “Allgarve”, ficam-se pela praia da Nazaré ou outra qualquer mais a norte, o que se não é a água gelada para o banho, é aquele nevoeiro importado das ilhas britânicas.
Eu sei que o que tramou esta malta foram aquelas sapiências meteorológico-geofísicas, que andaram nos jornais durante os meses de Maio e Junho a avisar que íamos ter o verão mais quente dos últimos 30 anos (digo eu que só o “verão quente” de 75 foi tão quente, não?)… bem, eu só aconselho que não liguem muito a essa malta porque, se eles não sabem justificar o que aconteceu, quanto mais o que ainda não chegou e todos sabemos que sempre fez mau tempo em muitos Agostos.
Nem percebo que se queira ir de férias em Agosto quando o solestício de verão nos diz que os meses de Junho e Julho são os melhores, não tenho dúvidas. Já viram que em Junho e Julho às 8 da tarde ainda faz sol na praia?
Ora então, e porque não quero ficar com as coisas boas só para mim, eu vou dar umas dicas sobre como passei uma semana maravilhosa. Escolhi a melhor altura para ter dois filhos e como consequência disso, tenho uma de 27 e um de 20 que, sem eu saber porquê, declinaram elegantemente o convite que lhes fiz para passarem as férias com os pais. Agradeci.
Fui à Internet, falei com uns amigos e acabei por escolher uma viagenzinha de avião curtinha, para não enjoar, e um hotel a 50 metros da praia de águas morninhas, onde passei as manhãs e as tardes, deitado num colchãozinho, daqueles que os meus filhos usavam há 20 anos atrás.
Entretanto, no intervalo dos banhos tive oportunidade de provar pequenos-almoços, almoços e jantares à vontade do freguês, que é como quem diz “tipo bufet” em pensão completa, que nestas coisas é opção que não dispenso.
À noite um passeio na avenida, musiquinha nos bares, cafés expresso, cerveja e o resto das bebidas a custar uma fortuna, tudo compensado com umas noites de namoro com uma miúda muito interessante.
Para o ano vens comigo, oh Miguel!

Um comentário:

Anônimo disse...

Amigo Lúcio
Foi com enorme prazer que li a tua crónica.
Quando te mando bocas dos catálogos paradisíacos que levas para aliciar a rapaziada, são fruto da inveja do gajo que tem de levar um agregado de 4 mânfios e que não tem carcanhol para os colocar num hotel de pulseirinha amarela no pulso a comer que nem uns alarves. Mas fica descansado, assim de repente a fazer contas, quando os meus filhos tiverem a idade dos teus e desgrudarem dos buffets dos hoteis, irei contigo concerteza. Afinal só faltam...uns míseros 20 anitos.
Um abraço
Do gajo que gostava de ter banhado as adiposidades nas águas mornas das seischelles e foi obrigado a congelar o património reprodutor nas águas geladas do Furadouro.

Continuas ao nível...
Miguel