quarta-feira, 18 de julho de 2007

O DESEMPREGO, SE É QUE EXISTE...

Sim, sim, dizem que existe e é um problema de difícil solução... mas acham que alguém está preocupado na solução? e depois de acabar com o desemprego, o que se fazia aos milhares de técnicos de acção social, de reinserção e às agências de emprego temporário? iam todos para o desemprego, era? a pescadinha de rabo na boca está sempre presente nas mais imaginativas tentativas de resolução dos problemas...
Pois eu acho que o desemprego já deu o que tinha a dar e nesta sociedade do século XXI não existe mais. A falta de emprego deu lugar à teoria dos "tempos livres"para todos os que já têm idade de ter juízo, ou seja as pessoas deixaram de ter trabalho para alcançarem o estádio de desenvolvimento seguinte, "o tempo livre". Alguns traumatizados do século XX não pararam de inventar trabalho e já estão a desenvolver tarefas profissionalisadas que integrem os "profissionalmente despojados" (gosto mais de chamar assim os desempregados), propondo-lhes "centros de dia", "oficinas de artesanato", "universidades", "actividades de ar livre" e até excursões ao preço da chuva, com almoços "farta-brutos" pelo meio, mas não abusem e deixem os "tempos livres" para quem os deseja. Já Vinicius de Morais dizia que "a benção p`ra quem é da benção e o saravá p`ra quem é do saravá", ou trocando por miúdos, o trabalho p`ra quem é do trabalho e os "tempos livres" p`ra quem é dos "tempos livres" (e há muitos).
Analisando bem o fenómeno, já há mais de cem anos, com o advento da "revolução industrial", os campos ficaram sem gente e a malta nunca deixou de comer, ou seja, havia ali gente a mais a fazer que cavava e não cavava coisa nenhuma. Sem qualificações, nos campos qualquer idiota fazia qualquer coisa. Acho até que esses ficaram por lá e constituiram grupos de defesa do ambiente e planos de ordenamento do território.
Entretanto apareceram os teóricos do desemprego, os quais trabalharam que nem desalmados para definir o conceito. Daí a divisão do desemprego em: estrutural, cíclico, friccional e residual, para os quais há sempre uma explicação plausível, mas... fique calado e se lhe pedirem uma opinião, culpe o governo. Não deixe, no entanto, de mandar umas "bocas" sobre a teoria keynesiana, realçando que o emprego depende essencialmente do investimento e do consumo da economia e meta uma "bucha" sobre a teoria marxista, esse craque que tinha em si mesmo uma visão fatalista do desemprego e que nunca olhou a sério para o reverso da medalha, ou seja, "o tempo livre" que a malta gosta mais que de chá e torradas.
Entretanto vá tentando usufruir das duas hipóteses, o trabalho de 2ª a 6ª e os "tempos livres" ao fim de semana... se não puder fazer o contrário!

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