quinta-feira, 9 de abril de 2009

PROSTITUIÇÃO E FINANÇAS, SA

Não, não vou entrar por aí, essa mania de olhar para o título da crónica e tentar chegar a conclusões sem ler o texto pode levar-nos a juízos errados, até porque nesses caminhos ínvios do juízo, há de tudo... o juizinho materno "vê lá se tens juizinho...", o juízo paterno "vê lá se ganhas juízo!", o juízo judicial que na verdade não sei porque caminhos se tece, o juízo final que esperemos que chegue o mais tarde possível, porque isto é quase um inferno, mas tem coisas boas especialmente no verão... dizia eu então que nada como ler de fio a pavio e eu não sou de modas, começo o jornal na página um e acabo na última mesmo, passando pelos classificados que parecem iguais todos os dias, talvez porque há páginas que só são diferentes na data.
Tudo isto a propósito da secção de anúncios classificados que tive oportunidade de tresler nas páginas interiores... então não é que eram seis páginas de oferta de serviços sexuais e outras tantas páginas de anúncios das finanças, com vendas judiciais? achei interessante, na verdade tantas páginas (seis) de oferta de serviços sexuais, como outras tantas (seis) de vendas e penhoras das repartições de finanças e lembrei aquela venda das finanças através da internet, onde um pacato cidadão caiu no "conto do vigário" estatal, ao comprar por uns milhares de euros máquinas que se diziam em razoável estado de conservação e afinal nem o gerente da sucata lá do sítio as queria.
Ora tomando por base este negócio do Estado a que isto chegou, começo a convencer-me que o gerente da Bragaparques é mais honesto que certos chefes de repartições de finanças, ou então tiraram todos o mesmo curso na Freeport University of Alcochete. Mas não era isto que eu pretendia comprovar, apenas a pena da caneta informática teima em ir por outros caminhos que não os que me trouxeram hoje aqui... ou seja, será que todo o material em exposição nas penhoras das finanças está em tão bom estado de conservação como o material das outras seis páginas de que falei à pouco? é que pelo menos as meninas colocam sempre a foto do material que pretendem transaccionar e a cores, para que o cliente interessado não seja tão enganado como foi o que se meteu em negócios com a tal repartição de finanças, ali está tudo às claras, bundinhas grandes, pequenas, brancas, mulatas e negras, seios de todos os tamanhos e paladares, nada fica por mostrar, a não ser a tabela de preços que é omitida talvez para se livrarem do pagamento do IVA, bem ao contrário das páginas de vendas das finanças, que só têm texto, muitas vezes tão pequeno que mal se consegue ler, não tem fotos do produto a transaccionar, mas nunca se esquecem de colocar o preço e as condições de pagamento. Eu até proponho que nesses anúncios das finanças recuperem aquelas frases dos anúncios de cinema dos anos 60, " depois de iniciado o espectáculo, em caso de interrupção, não há direito à devolução do dinheiro do bilhete", com uma pequena nuance "Depois de vendida a sucata, não queremos saber do assunto".
E que tal se as meninas e os chefes de repartição de finanças se entendessem e fizessem uma empresa conjunta? elas tiravam o dinheiro aos clientes a troco de prazer e as repartições de finanças zelavam pelo razoável estado de conservação das meninas, sacavam o IVA, confirmavam o IRS dos clientes e deixavam de enganar o povo com a venda de sucata.

Um comentário:

virginia disse...

Até seria lógica a internacionalização/globalização do negocio. Boa ideia! Talvez deixassem em paz os que nada devem.
Um abraço Vgi