segunda-feira, 13 de abril de 2009

OS RAPAZES...

Acho que todos temos um dia ruim na vida, eu até acho que são mais, mas não tenho a certeza, assim como não penso que sejam só as pessoas, mas também as instituições, algumas até declaradamente de utilidade pública, como é o caso do Benfica que pode e deve instituir o dia 11 de Abril o seu "dia negro", pois segundo informação adicional do comentador do jogo com a Académica, já tinha perdido com esse simpático clube coimbrão no mesmo dia de Abril de 2008.


Nos jornais encontro todos os dias notícias que me demonstram haver jornalistas com muitos momentos menos bons, ou então tiraram cursos sem sequer aprenderem a fazer uma redacção de vez em quando... redação, desculpem, ainda não estou sintonizado com o novo acordo ortográfico. Nos jornais existiam profissionais que lá entravam apenas porque os escritos que enviavam para o chefe de redação não continham erros, tinham a pontuação no sítio certo e se propunham para correspondentes na localidade onde residiam, umas vezes como redatores desportivos, outras como correspondentes de vida social, com a última e muito promissora vantagem de serem jovens e bem vistos no meio social de que faziam parte. Após uns anos de "universidade correspondente" e apenas quando um dos dinossauros se reformava ou morria, eram convidados a ir até ao Bairro Alto, onde todos os jornais tinham a sua estrutura.
Era interessante verificar que uma boa parte dos jornalistas tinha um pseudónimo que lhes permitia escrever livros, romances, crónicas, o que calhasse, sem que o chefe de redação soubesse disso, ao contrário dos dias de hoje em que quase todos os jornalistas escrevem livros com o nome por extenso na capa, de preferência com muitas folhas, um prefácio do eminente professor Marcelo e normalmente acompanhados por um "produtor" tipo João Malheiro, que fica sempre na mesa para desvendar algumas partes do livro que o "autor" tenha dificuldade em esclarecer, bem, isto não acontece com todos, mas no campo desportivo e artístico-novelístico acontece com muita frequência.
Mas já vamos a meio e não era bem isto que me trouxe hoje aqui... era sobre um delicioso tratamento com que um jornalista do Diário de Notícias me presenteou na edição de hoje, sobre uns "rapazes" e que me fez sorrir, não direi rir assim abertamente porque estava num lugar público e ainda íam pensar que me tinha passado... então mas o jornalista cometeu algum lapso grosseiro na tal notícia que redigiu e eu próprio li? não acho, claro que não acho, mas que há aqui um sinal dos tempos, é um facto.
A notícia dizia em título que "dois rapazes de 20 e 28 anos foram apanhados em flagrante quando assaltavam moradias no condomínio de luxo"... repararam nos dois rapazes? pois é, os rapazes tinham 20 e 28 anos respectivamente... e não me digam que os vão prender, isso não se faz a dois rapazes, eu se fosse juiz nem ligava e mandava os rapazes para casa dos pais, ou mandava os pais irem buscá-los lá ao tribunal... não achavam piada?
Já uma vez, ou várias, não vem ao caso, me perguntei como é que devemos tratar ou catalogar a maralha, talvez até seja este um bom tema de mestrado para um qualquer português que não ligue muito à bola e aproveite esse tempo para estabelecer um "quadro de referência" que ajude a um tratamento ajustado...
Sei lá, até 3 anos bebé, até 11 criança, até 13 rapaz/rapariga, até 17 adolescente, até 30 jovem, até 50 adulto, até 70 sénior, até 80 veterano e a partir daí... idoso. Agora só há que fundamentar, ou não? hummm então um ladrão de 28 é rapaz e um trabalhador da construção civil com os mesmos 28 anos é adulto? já estou a perceber aquela conversa dos homens que não foram crianças...
Estou mesmo convencido que se aprovarem a minha tese, o governo ainda decreta que só os idosos têm direito a reforma...

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