domingo, 15 de novembro de 2009

A SUCATA...

Um mês depois volto a tentar uma cronicazinha, porque o ser humano é essencialmente um elemento dialogante se a situação estiver a favor, ou beligerante se a coisa começa a dar para o torto... mas a ausência de vontade ou até mesmo de tema será o quê? tergiversante? desculpem ter ido ao diccionário da língua portuguesa ver se não estava muito fora do contexto, mas é sempre bom prevenir antes de uma qualquer calinada... é isso, tergiversar... hesitar, não saber bem o que fazer e tudo isso por causa do estaleiro de sucata que está a tornar Portugal insuportávelmente tergiversante, sim tergiver... isso mesmo, que conforme eu comprovei também serve para definir quem "volta as costas a...", seja alguém a voltar as costas a Portugal ou o inverso tanto faz.
Então não é que vou com os miúdos dar uma corridinha pelos "caminhos de Portugal" e só vejo sucata espalhada por tudo quanto é caminho de terra batida com 2 metros de largura, essenciais para que as carrinhas de caixa aberta de micro, pequenos e médios construtores possam vazar o entulho e desaparecer na calada do fim de tarde ou início da noite?
É num parque natural, numa fazenda nas traseiras de uma qualquer casa de habitação ou no parque Eduardo VII? bem, aqui não que era capaz de dar nas vistas, mas também há para lá entulho que chegue...
Lembrei-me então do Godinho sucateiro e perguntei-me a mim mesmo se ele cumpre ou não as especificações ambientais, porque todas as outras de pagar por cima e por baixo da mesa, dar prendas no natal, pagar os cafés aos conterrâneos, subsidiar o clube de futebol e a banda de música, isso ele fazia e por isso é tão acarinhado pelos conterrâneos.
Isso levou-me a pensar no Escobar que na Colômbia também fazia o mesmo em maior escala e só não se lembrou de mandar uns mercedes ao comandante da polícia que o abateu, porque nestas coisas da indústria extrativa não podem existir esquecimentos... e o Godinho esqueceu-se de muitos, incluindo esses departamentos policiais que o denunciaram e levaram a juízo, talvez apenas porque ninguém lhe disse onde ficava o gabinete certo dessas polícias de investigação.
Amigo Godinho, se alguma vez tiver a infelicidade de encontrar este blog e ler esta minha crónica, fique sabendo que vc errou de uma forma perfeitamente infantil, talvez porque nunca leu uns livros de história nem conheceu o Marquês de Pombal, que não se limitou a expulsar os jesuítas, nem a tratar dos vivos que os mortos já não dão lucro à sociedade, não, não... dizem as más línguas que o homem ao ser desterrado para Pombal, levou uns baús com dinheiro e distribuiu-o por todos os conterrâneos. Em vez de ser pendurado no pelourinho, foi nomeado "marquês", talvez com "z" não sei, e verdadeiramente venerado tal como Valentim Loureiro, Isaltino de Morais, Fátima Felgueiras e outros 753 sucateiros que andam por aí.
Quando voltar à liça, meu caro Godinho, faça como eu lhe digo, comece a dar uns mercedes lá em cima, mas não se esqueça que tem de acabar a oferecer uns citroens C1 aos que estão cá mesmo no fundo, e nunca aceite que alguém lhe diga que não porque estará aí um possível denunciante... e afinal o que são 10 milhões de carrinhos oferecidos em comparação com um negócio tão rentável como é esta sucata de 89.000 quilómetros quadrados?

Um comentário:

Miguel Sentieiro disse...

Um regresso em grande.

Só é pena que alguma dessa sucata que anda por aí a pavonear-se, não possa ser comprimida e transformada em latas de sardinha, sempre forneciam à malta o tal do omega 3

abraço
miguel