quarta-feira, 25 de novembro de 2009

COM QUE ENTÃO TITULAR, HEIM?

Acabou! é verdade, o 25 de Novembro já não vai ficar na história apenas como aquele dia de 75 em que Jaime Neves e Eanes derrotaram Otelo e Mário Tomé, para descanso de muitas famílias, mas também porque os professores deixaram de estar divididos em "titulares" e "professores", passando tudo para o "contingente geral", como se dizia na tropa.
Foi difícil sim, mas o governo entendeu deixar cair esta divisão artificial que apenas germinou na cabeça de um qualquer amanuense educativo, com o único propósito de colocar uma barreira no acesso de 66% dos professores aos lugares de "titular" através da colocação de barreiras e "numerus clausus", o que levaria a um restrito acesso de apenas 1/3 dos professores ao topo da carreira, fossem bons ou maus, uma vez que com as vagas ocupadas desde o segundo concurso, só lá entrariam novos candidatos por morte ou reforma dos mais velhos, o que não seria tão cedo com estas novas leis da aposentação.
No fundo o que o governo queria era poupar, primeiro com o congelamento e depois com a divisão da carreira docente, criando uma barreira difícil de transpor na progressão.
Então e esses "titulares" não ficam aborrecidos? vão ficar sem esse título e nem se manifestam? pois não, e sabem porquê? porque neste tempo todo como titular eu e alguns milhares mais não sentimos qualquer efeito, nem escolar, nem profissional, nem económico... nem uma hora sequer para mais uma reunião pedagógica desses tais profissionais, nem um eurinho na folha de salário. Era um cargo de fachada, claro, mas agora sem essa divisão deixarão de existir barreiras à progessão na carreira docente? ah isso não, não pode ser... o governo até já disse que a melhor solução é colocar umas restriçõezinhas no 3º, 5º e 7º escalão, para prevenir um congestionamento na última barreira, assim sempre vão ficando uns milhares pelo caminho... até porque este governo não brinca em serviço. E parece que um novo 11º escalão vai continuar sim, mas se lá chegarem ou estarão moribundos ou morrem logo a seguir, não há grande problema... faz-me lembrar aquele artista que leva o cão atrás do rebuçado e nunca dá o rebuçado ao bichano.
E nós a pensar que todos os sacrifícios eram necessários para ajudarmos a baixar esse maldito deficit que o Santana Lopes nos deixou, esse esbanjador sem escrúpulos, mas agora com os professores há 7, 8 e 9 anos sem subirem de escalão são confrontados com um deficit de 8,4% do PIB desse Sócrates das engenharias.
Tenhamos esperança porque entre titulares e suplentes alguém há-de safar-se... quem? todos sabemos.

Um comentário:

Miguel Sentieiro disse...

Os que se vão safar são esses em que estás a pensar e aqueles que se safam ...daqui para fora.