quinta-feira, 10 de julho de 2008

MARINHO?

Estou estupefacto! Na verdade estou muito mais que isso, mas esta foi a mais elaborada palavra que encontrei depois de ouvir a entrevista do bastonário da Ordem dos Advogados, nem sei até se essa de lhe chamarem bastonário tem alguma ligação semiótica com bastonadas, mas que ele as deu, não tenho qualquer dúvida.
Ao ouvir Marinho Pinto senti que estava ali alguém que não se verga, que diz aquilo que pensa com a convicção de que está ali a verdade, mesmo que a experiência me diga que a verdade é relativa e que ninguém sabe tudo de tudo.
Há uns tempos li uma crónica onde a certa altura alguém escreveu que quando lia um jornalista, sobre um assunto que não dominava, achava-o excelente, mas quando o mesmo jornalista escrevia sobre um assunto que esse alguém dominava, não o achava suficientemente profundo e conhecedor... será que acho Marinho Pinto tão esclarecedor só porque não percebo nada de direito? Mas há coisas que a minha pouca experiência de advogados, juízes e tribunais me leva, quase por reacção pavloviana a concordar com o bastonário da Ordem dos Advogados.
Tem muita força moral quem detém o cargo e fala da maneira que fala, pelo menos demonstra não ter rabos de palha, daqueles que o levariam a falar baixinho e sempre a um canto do salão da Ordem, mas já ouvi falar de uns meros seis mil euritos por mês que Marinho Pinto embolsa pelo cargo que desempenha, ao contrário dos outros que não recebiam nada, mas também compreendemos que ele tenha de receber para manter a sua independência em relação ao sistema... já viram o que seria Marinho Pinto enquanto advogado defensor de um qualquer cliente num qualquer tribunal deste país, com um qualquer juíz pela frente?
O que o bastonário disse é verdade? que 95% dos reformados mais bem pagos deste país são juízes? não é que ache que os juízes devem receber pouco, mas existe por aí uma lei que não permite que se ganhe mais que o Presidente da República. Que marcam inquéritos e audiências para a mesma hora, obrigando dezenas de pessoas a esperar horas ou um dia inteiro para serem ouvidas? que não se resguardam e recatam o suficiente em função da actividade que exercem, fazendo-me lembrar o caso da juíza que mandada soprar no balão às tantas da manhã, à porta de uma discoteca da capital, se recusou e deu voz de prisão ao polícia? que recebem subvenções que são autenticas fraudes aos cofres do Estado, como essa do subsídio para alojamento sem que paguem, como qualquer contribuinte os impostos respectivos? que têm um sindicato, quando fazem parte de um orgão de soberania, sem sujeição a condições de trabalho de um qualquer patrão? Que acumulam processos atrás de processos porque não decidem atempadamente? Que durante três meses não marcam audiências na maior parte das comarcas deste país, ou as que marcam são adiadas até vir a mulher da fava rica?
Pois senhor bastonário Marinho Pinto, se quer saber a minha opinião, posso dizer-lhe que a partir de agora não vou mais chamá-lo pelo nome porque acho que merece mais... o seu verdadeiro nome é, sem margem para dúvidas, MÁRIO GALO!

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