quarta-feira, 5 de setembro de 2007

"OS CHAVALOS"

Há imensos anos que não me soava nos ouvidos essa do "chavalo", mas hoje ao ver na televisão um vídeo sobre a "violência" da polícia em relação aos jovens, "chavalos" como ouvi chamarem-se, no meio de uma dúzia de "bips" que a decência de algum operador de tv colocou a tapar as barbaridades dos tais jovens, daqueles técnicos que já passaram a barreira dos 50 e que a tv ainda não mandou para a reforma, acredito que a coisa está a ficar preta. Então a polícia está a malhar nos "chavalos" coitados, ainda por cima jovens, às tantas da manhã no parque da Expo? então não viram que os "chavalos" não estavam a fazer nada e que se limitavam a ir para a padaria fazer carcaças, que a hora era a da entrada no turno da noite?
Na verdade, eu, um simples cidadão na casa dos 50 e picos, com alguma experiência de vida, com umas festas, umas noitadas, uns copos, umas viagens, nunca tive a infelicidade de ser maltratado por nenhum agente da autoridade... acho até que vou chegar à conclusão de que a polícia não me passa nenhum cartão. Então não é verdade que a polícia está sempre a maltratar os mesmos jovens, os mesmos "chavalos"? é mesmo perseguição, pá!
Depois os "chavalos" filmam e a tv abre os telejornais com essas esclarecedoras imagens... daqui a uns tempos a "amnistia internacional" lá aparece com um relatório que coloca a nossa polícia ao nível do Ruanda ou Burkina Fasso e é bem feito, que é para aprenderem a dar beijinhos aos "chavalos", a maior parte deles até já fez uma recuperação das drogas e está a meter os papéis para fazer segurança nos bares de Lisboa e Porto, uma profissão tão digna como algumas outras.
Ahh, já me esquecia que uma comissária loira da PSP, já veio dizer que vai investigar se a polícia bateu nos "chavalos", porque se bateu, os polícias vão sofrer as consequências. Então bate-se assim nos "chavalos", sem mais nem menos?
Deixei de acreditar nesta treta da segurança quando comecei a ver as mulheres na polícia, na guarda, nos quartéis, nos tribunais e até a arbitrar jogos de futebol, eu sei que me vão chamar machista, mas há tanta coisa bonita para elas fazerem... enfermeiras, professoras, educadoras, técnicas, empresárias, modelos, hospedeiras...
Pois, eu sei que elas já andavam em tudo quanto era sítio, mas de uma maneira mais comedida e até mais eficaz, basta ver as enfermeiras na guerra colonial, mas um criminoso entrar numa sala de audiências e olhar de frente um juíz de cabelo branco ou uma juíza loira de 28 anos é a mesma coisa, não é?
Os Açores ficaram cheios de "chavalos" quando os Estados Unidos começaram a ficar com essa matéria prima a mais e parece que já se pode passear à noite em Nova York, desde que o mayor decidiu limpar a cidade de "chavalos". A Amnistia Internacional e outras ONGs ainda refilaram, mas acabaram por verificar que a situação nesses locais melhorou bastante.
Na próxima, os reporteres de TV devem levar a máquina de filmar e, no mesmo sítio e à mesma hora, perguntem aos "chavalos" a profissão, onde vivem, o que fazem, com quem andam. Depois irão chegar a algumas conclusões, porque eu já cheguei às minhas há bastante tempo:
Até já os "chavalgaduras" têm tempo de antena na TV...

Um comentário:

Anônimo disse...

E o chavalo que saiu do tribunal em liberdade, depois de ter gamado umas quantas lojas, e tratou logo de gamar uma moto à saída do tribunal para chegar mais rápido a casa. E não é que os malandros dos polícias o levaram outra vez à juíza?...coitado do chavalo.

Um abraço
Miguel