sábado, 6 de fevereiro de 2010

O PAÍS DO "FAZ DE CONTA"

Meus caros, vamos "fazer de conta", aliás todos nós alguma vez na vida fizemos e fazemos de conta, umas vezes fazemo-nos de galãs, de ricos, de estrelas de cinema, de tv e revistas, de empresários de sucesso, de realizadores de cinema, de cantores americanos de preferência, ou latino-americanos para aumentar o número de fans que compram cds, mas também fazemos de conta que somos políticos, na esperança de que alguém com responsabilidades nos oiça, sempre que debitamos à mesa de café a "tal" solução para os problemas do país.
Pois bem, também já me travesti de todas estas personalidades, imaginando-me a receber prémios disto e daquilo, palmas de Canes ou globos de Hollywood, mas acima de tudo louvores, sim, louvores é que eu acho o máximo, é como ter atingido o zenit, ficar lá em cima nas nuvens olhando milhões de portugueses a bater palmas, a levantar o queixo para cima e gritar como se de um golo do Ronaldo se tratasse. Quantos milhões de portugueses já imaginaram receber um louvor do encarregado, do chefe de repartição ou até mesmo do director, naquele que seria o culminar de uma carreira profissional de sucesso, exemplo até para as gerações futuras?
Uma pessoa amiga fez-me chegar fotocópia de um louvor especial, porque não é nada daquilo que eu pensava quanto a louvores, daqueles que o director da empresa, repartição ou escola dava ao funcionário no final de uma carreira de 40 ou mesmo 50 anos sem uma falta ao serviço, uma falha sequer na contabilidade ou uma utilização indevida dos meios ao seu dispôr, naquele que se presumia ser o último acto da vida activa de um qualquer trabalhador com salário mínimo.
Mas afinal há outro tipo de louvores, os chamados "louvores supersónicos", que tive o prazer de conhecer através do que encima a crónica de hoje, assinado pelo primeiro-ministro de Portugal, deste país europeu e democrático em pleno século XXI, de seu nome José Sócrates Carvalho Pinto de Sousa, de tal maneira que uma pessoa que começa a trabalhar a 26 de Outubro e sai no dia 30, ou seja 4 (quatro) dias depois, leva com um louvor que nem eu sonho obter e onde só pensava ser possível de um qualquer primeiro-ministro do Senegal, Sudão ou Zimbabué.
Esperemos que para além das dificuldades que o nosso país está a atravessar, o primeiro-ministro se lembre de louvar também o amanuense que inscreveu um aumento de 3,2% na rubrica de automóveis e gabinetes de ministros para o ano de 2010.
Deus seja louvado!

Um comentário:

Anônimo disse...

Eu próprio acho que merecia um louvor depois de ter conseguido pegar fogo ao monte de lenha húmido que tinha no meu terreno. Aquilo demorou à vontade 5 horas a arder...Se tiverem uma Cruz de Guerra à lenha húmida eu fico todo contente. Se quiserem arranjar uma categoria de louvores especiais, para tipos que consigam fazer arder políticos sem vergonha, com umas boas acendalhas e um gerricam de gasolina, eu até me poderia candidatar...ou talvez não, porque os fumos da combustão seriam demasiado tóxicos...
Abraço
Miguel