Com o final do ano, altura em que não apetece fazer nada, ou melhor, o frio, a chuva, os doces, os programas chorosos de tv, os balanços anuais, os inventários, o orçamento do Estado e uns dias de licença nos levam a fazer uma pausa "kit-kat", "ferrero roches", "mon cherry", bolo-rei, fritos, filhós, doces e o mais que o tempo livre nos der oportunidade de roer, é natural que não apeteça escrever o que quer que seja. Somando a tudo isto a ressaca do "reveillon" e a azia dos dias seguintes. é muito natural que a disposição para escrever uma cronicazinha não apareça nos momentos mais aconselháveis, mesmo levando em linha de conta que todos os dias observei motivos mais que suficientes para mexer na pena e ir compondo mais umas redações no blog.
Dito isto, não tenho inveja de quem faz da escrita a sua profissão, com obrigações de preenchimento de colunas em jornais diários, porque há alturas em que o rendimento baixa, qual Liedson em branco durante um ou dois meses, porque já há bastante tempo eu lia nos compêndios umas coisas sobre os ciclos circadianos, reguladores biológicos inflexíveis que nunca justificariam estas falhas de escrita, esta dieta emagrecedora do estômago cronico-literário que existe em cada um de nós, mas que volta e meia aparecem e felizmente para os poucos amigos que me lêem, porque já era tempo a mais de folga.
E voltei com a queda do PSI20? da inflação? dos juros? do governo? da oposição? do preço da energia eléctrica? dos aumentos, sejam eles quais forem? do TGV que vai fazer o transporte dos madrilenos para a Costa da Caparica? nada disso, embora não esteja fora de hipótese algum destes temas nos próximos dias, mas o assunto de hoje é o Santana, não aquele Santana que, quando eu era puto tinha o número 8 nas costas e foi campeão europeu pelo Benfica, no tempo em que o Benfica era campeão europeu, coisa que eu tenho dificuldade em explicar ao meu filho, que não sei se com um pouco de masoquismo à mistura, quis ser do Benfica logo de pequenino e agora farta-se de sofrer, o homem...
Tive até o cuidado de ir ao youtube ver se conseguia relembrar a técnica do Santana jogador, mas saíram-me todos os Santanas do mundo menos o que eu queria, o do bigode fininho, aquele corpo meia leca, aquela técnica fina com que o Alves dos Santos nos enchia os ouvidos durante os relatos da bola ao Domingo e sempre às 3 da tarde, mas... nem uma imagem.
Mas o Santana de hoje é o bem conhecido Santana Lopes, o tal político que começou no PSD e continua lá ainda hoje, que mudou várias vezes de mulher, mas nunca mudou de clube, nem de partido, nem de filhos e depois de ter sido presidente de concelhia, presidente do Sporting, presidente da câmara da Figueira, presidente da câmara de Lisboa, presidente do PSD, primeiro-ministro, depois de tudo isso e de ter sido corrido do governo por ter um défice de 6%, um escândalo que até faz com que os jornalistas não se lembrem dos 8% actuais, o caro Santana Lopes fez-me seu admirador... e sabem porquê? apenas porque depois de tantos anos de política e de cargos políticos de relevo nunca foi sequer arguido num processozinho que até se podia cozinhar aí numa qualquer repartição de finanças... nem um atraso no pagamento do selo do carro, Santana? arre, que vc é demais!
Talvez o erro de Descartes, perdão, o erro de Santana tenha sido não ter dado um subsídiozinho aos LGBTs, ou melhorado a sede que João Soares lhe facultou, mas cada um é para o que é e ninguém tem nada a ver com isso... e agora vem à televisão dizer que as Câmaras de Lisboa e de Oeiras vão pagar 3,5 milhões de euros para terem uns aviões a dar umas piruetas no Tejo, quando as Câmaras de Gaia e Porto pagaram no ano passado 400 mil euros pelas mesmas piruetas.
Oh Santana, vc levanta cada problema... daqui a uns tempos lá terá os jornalistas à perna, até porque agora também quer mexer com o seu PSD e já arranjou assinaturas suficientes para realizar dois congressos...
Sabe o que lhe digo? telefone para Alcochete e peça umas caneleiras emprestadas, porque caso contrário ficará com as canelas numa lástima antes do Verão.
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