segunda-feira, 26 de janeiro de 2009

O NOSSO FREEPORT

Afinal foi tudo um engano, ninguém sacou comissões, nem percentagens, nem trabalhos a mais, ou melhor aquilo deu uma trabalheira a quem apenas quer o desenvolvimento do país, a felicidade do povo e não passa cartucho a meia dúzia de pelintras que acham que nós devemos viver num 20º andar da Torre Vasco da Gama e os flamingos e patos bravos devem ter um hectare cada um para bater a asa e comer umas minhocas.
O Freeport foi bem esgalhado no meio daquela área de terreno ambientalmente protegido pela Quercus, pela SOS animal, SOS racismo, SOS 112 e SOS Benfica, que todos precisamos proteger, mas que sem shopings gigantescos dificilmente conseguimos cativar os indigenas para ficarem a olhar os milhafres de manhã à noite, sem ao menos um trabalhinho pago a salário mínimo necessário para aguentar o "ambiente".
Depois cá estamos nós a desancar no ministro porque o projecto foi aprovado em 3 meses, quando normalmente demora 3 anos... mas vamos lá a saber, querem que os funcionários públicos trabalhem depressa e depois dizem mal se eles trabalham um pouco mais rápido que o habitual? é mesmo, não há volta a dar a esta cambada de críticos sociais...
O Freeport foi, é e será um factor de desenvolvimento do país, até porque irá servir de central de compras quando a malta começar a apanhar o avião ali ao lado, para ir de férias a Palma de Maiorca, ou levar uma alheiras de Mirandela, uns presuntos de Chaves ou uns bonecos das Caldas para os amigos que nos esperam em qualquer parte do planeta. Se tivessem construído o Freeport nas arribas da praia da Falésia ninguém dizia nada, mas quando um ministro se lembra de aprovar o maior centro comercial da Europa no quase Alentejo, apenas com a intenção de desenvolver o quase interior do país cai o Carmo e a Trindade... Oh senhor ministro, diga ao povo que vai lá colocar um centro hospitalar e umas termas, que a água do Tejo tem poderes medicinais, no meio do Freeport que a malta cala-se logo.
Mas toda esta polémica apenas porque o ministro tinha um tio que conheceu um inglês, que era casado com a administradora da Quinta do Lago, onde o tio acabou por comprar uma vivenda, tio esse que falou com o inglês, que queria falar com o sobrinho, que era ministro e que nunca falou, porque a firma Smith & Pedro tinha um Pedro que afinal diz que teve uma reunião em que o ministro estava presente, mas que não se lembra e que só assistiu à reunião onde o projecto foi abordado. Depois de burilado, foi a conselho de ministros três dias antes de serem substituídos por novos e ainda melhores ministros e... foi aprovado.
Nisto aparece um gabinete da polícia inglesa a sugerir que houve pelo meio uma verba de 4 milhões de euros que, tal qual aqueles donativos para Angola vão para um Roque Santeiro económico, do qual nem o rasto se consegue detectar, qual Maddie desaparecida num aldeamento algarvio.
Afinal a coisa até é simples de explicar... eu acho que aquela área do Freeport era "zona de patos bravos" protegidos, o projecto foi feito por patos bravos, aprovado por patos bravos e agora até querem fazer de nós "patos bravos". Irra!

Nenhum comentário: