segunda-feira, 27 de dezembro de 2010

VAMOS BRINCAR À EUROPA!!!

Ainda sob o efeito do clima natalício, mais ainda pelo efeito do alcool nos chocolates "mon cherry", que eu não dispenso, mas que me deixa inebriado ou até mesmo capaz de ficar tão pedrado como o Contador a subir os Pirinéus, dos quais me lembro cada vez que a televisão me mostra cinco centimetros de neve na Serra da Estrela, dou por mim a rir às gargalhadas sem razão aparente.
Sem razão aparente dizem aqui em casa, mas com razão evidente quando na SIC voltam a repetir a cada hora a notícia "o Estado vai pagar as multas aplicadas pelo mesmo Estado aos partidos políticos", não, não se riam que é mesmo assim... ei, ei, vejam lá se param de rir, que isto de escrever piadas é mais para os "gatos fedorentos", eu não nasci para contar anedotas, isto foi dito na televisão por um jornalista que transcreveu a notícia sem se rir.
Assim, quando o Estado multa um partido político, manda anexado ao auto de transgressão um cheque no mesmo valor, o qual deverá servir para pagar a multa se entretanto algum chico-esperto não se abotoar com o chequinho, porque nestas coisas pode até acontecer os documentos serem extraviados para um qualquer paraíso fiscal.
Então e eu? não podem mandar um chequinho juntamente com o auto de contravenção de trânsito, daqueles de 120, 00 € porque ía a 60 kms/horas e só podia ir a 50?
Então deve ser por estas manigâncias que ouvi hoje o presidente da Eslováquia a dizer que Portugal deveria sair do "euro", o que de alguma forma não me surpreende, mas fez-me lembrar uma viagem de bicicleta entre a Alemanha e a Hungria em 2009, onde tive oportunidade de percorrer a Eslováquia profunda e, meus amigos, se Portugal devia sair do "euro" esta Eslováquia nem devia lá ter entrado, porque eu vi casas com telhados a cair, aldeias dos anos 50 do século passado, carroças puxadas por cavalos, mulheres de lenço na cabeça e saia rodada até aos tornozelos, bicicletas pasteleiras que até metiam medo, mercearias e cafés de meter medo ao susto e até mesmo no centro de Bratislava vi remendos no alcatrão e prédios tão mal conservados que a vontade foi fugir dali, sem comparação com a Viena de Austria que tinha visitado antes e Budapeste que conheci depois.
Um dia chegámos a uma pequena localidade eslovaca, daquelas com a igreja no meio da praça principal e preparámo-nos para estacionar as bicicletas junto a outras tão velhas, tão velhas que sentimos que se as nossas lá ficassem, corríamos o risco de não as voltar a ver... e o parqueamento das bicicletas era feito com vigas de ferro de cofragem, onde podíamos assentar o guiador, numa improvisação que nos deu a sensação que estávamos no Senegal ou no Togo, não fosse a cor de pele dos amigos eslovacos, mas não deixamos de reparar num jeep de alta gama que acho que nunca vi um igual em Portugal.
E vem o presidente da Eslováquia dizer que nós devíamos sair do "euro", coitado... mas se calhar ele lê o "Correio da Manhã" todos os dias.
Alguém a meu lado desabafou um facto muito interessante, ao sentir-se incomodada com a conversa do presidente eslovaco... "olha para este gajo... nem me importava que me tirassem mais dinheiro no vencimento só para não ter de ouvir este enxovalho... ainda se ele fosse norueguês ou dinamarquês...", mas isso ia tirar-nos do buraco em que esta rapaziada nos meteu? não acredito muito, ou melhor, não acredito nada e até penso que com esse sacrifício talvez os juízes ficassem sem cortes no vencimento.

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