domingo, 11 de julho de 2010

A INEVITABILIDADE...

A inevitabilidade é isso mesmo, um conceito de que em certa medida não podemos fugir, um calendário que desenhamos, pintamos, borramos, amarrotamos, mas que não tem volta a dar... é, digamos, inevitável, o que só por si não seria perigo por aí além, porque há sempre quem se ache no direito de nos chamar a atenção para essa mesma necessidade de nos comportarmos em função dos factos que inevitavelmente aí vêm, não porque sejam bons ou maus, mas porque são impossíveis de evitar.
Esta constatação retira algum brilho ao "discurso", na medida em que não nos dá a possibilidade de amanhã deixar de ser segunda-feira, uma vez que hoje é domingo e todos concordaram que tudo isto é mesmo inevitável, mas não deixa de ser curioso que indivíduos tipo "melga", que têm o singular "hábito" de contestar tudo e todos consigam viver descansados da vida com os carros a rolar à direita, os dias da semana uns a seguir aos outros e a começarem sempre à meia noite, sem sequer pestanejarem, não se coibindo de colocar em causa coisas tão simples como o seleccionador nacional, o filho do Cristiano Ronaldo, as altercações na linha de Cascais ou a incompetência do governo.
Ora a inevitabilidade é um conceito que tem de ser completamente contrariado, sendo absolutamente previsível que isso aconteça mais dia menos dia, porque "o mundo é composto de mudança" e "nada se perde, tudo se transforma", ou seja, aquela história de que o deficit cresce todos os dias é realmente tão falsa quanto a ideia de que temos este governo porque não há outro melhor... ou será que não há mesmo e isso prova a existência do tal conceito de inevitabilidade? acho que tenho de estudar tudo isto mais a fundo, porque estou a ficar com a impressão de que não vou conseguir chegar a esclarecer esta proposição.
Tive um professor que recordo dos tempos do ISEF, dos livros, da teorização da animação desportiva, de seu nome Noronha Feio, a quem presto a minha homenagem, que sempre achei uma pessoa um pouco à margem destas guerras desportivas e outras, que numa oral de "animação" me disse "olhe que ainda não está provado que isso de transpirar faça bem à saúde...", no meio de um sorriso e antes de se despedir de mim com um cumprimemto e "um 15 está bem?", o que me fez pensar um pouco mais sobre tudo isto que nos rodeia...
Uns tempos depois li no jornal uma estória sobre Winston Churchill, governante inglês que se fazia acompanhar de charutos cubanos sempre que não estava a dormir e que a uma pergunta de um jornalista sobre a sua longevidade (91 anos), apesar de fumar charutos durante mais de 70 anos, respondeu: " a razão da minha longevidade? o desporto! nunca pratiquei...".
Pois é, essa coisa da tal inevitabilidade, que teria de distribuir um cancro dos pulmões a Churchill é tão falível que hoje vou dormir descansado... este governo vai cair! é inevitável!

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