quinta-feira, 26 de fevereiro de 2009

O LIXO...

O lixo é um mal necessário, ou melhor, ou lixo é um bem necessário porque tive a sorte de ver uma crónica televisiva em que uma das tais empresas de reciclagem e tratamento dos lixos colocava todas as novas tecnologias ao serviço do aproveitamento e transformação de lixos, ainda não como eu imaginei possível, porque eu já imaginei vários departamentos acoplados à fábrica de onde sairão no futuro bicicletas, automóveis, roupas e brinquedos, até porque a maior parte do que vestimos já tem integradas percentagens significativas de "tecido" sintético, o que me causa algum comichão principalmente naquelas roupitas compradas no mercado semanal, fruto do aproveitamento em larga escala de garrafões de água em promoção, porque se fosse de água "gourmet" nada disso acontecia.
O lixo é uma matéria prima de alta qualidade, adaptado a toda a indústria do novo século, com uma vantagem adicional, como seja, não precisar de ser explorado por grandes companhias na Africa subsariana (a sobresariana já só tem areia do deserto), não tem custos de transporte através do mar por grandes cargueiros e com a vantagem não dispicienda de ter uns milhões de ambientalistas a separar o lixo, a metê-lo em vidrões, papelões, plasticões e pilhões. No final do processo ninguém se lembra que a mão de obra é gratuita e agradecida, afinal o consumidor quer é ver-se livre do lixo, não só porque começa a não ter muito espaço ao pé da porta, mas também porque começa a cheirar mal... podia até iniciar-se uma campanha, quando alguém falasse de crise, orçamento, bancos, psi20 ou governo, onde responderíamos "não me fale de lixo, que já me está a cheirar mal", por exemplo. Ahh, podíamos acrescentar o Benfica e o Sporting à discussão, que é sempre um assunto com muito lixo associado, mas também não sei em que recipiente poderíamos colocar esse tipo de lixo... já repararam que há recipientes amarelos, verdes e azuis e um mais pequeno, vermelho, para as pilhas? não compreendemos muito bem porque é que o vermelho é mais pequeno que os outros... será por ser o das pilhas e os vermelhos não carregam o suficiente?
Ora, segundo o administrador da fábrica do lixo, estava preocupado com a diminuição do lixo em Portugal (na verdade eu ainda não tinha reparado), o que pressupõe a existência de uma crise tal que a malta até está preparada para roer os sacos de plástico que recebe no supermercado, levando a associação dos industriais do lixo a promover campanhas para que o povo faça ainda mais lixo que o habitual, o que já deu algum resultado, com as estações de tv a produzirem lixo até dizer chega... não se sabendo muito bem em que recipiente o deitarão, se no cor-de-rosa se no cor-de-laranja, porque tanto há de um como de outro a necessitar de reciclagem e tratamento.
A reciclagem faz-se, porque há sempre algum lixo a mudar de cor, agora mais rosa e daqui por algum tempo mais laranja, lixo esse que as Nações Unidas catalogaram de "lixo tóxico" muito perigoso, capaz de se misturar com lixos menos agressivos e tomar cores muito diversas e de difícil tratamento.
Se isto continua assim, ainda me vejo obrigado a pedir ao governo que me conte umas novidades, senão nem consigo encher o meu saco do lixo...

Um comentário:

Anônimo disse...

Será que o lixo laranja é o produto da reciclagem do lixo rosa? Se assim for dêem-nos as máscaras de mau cheiro!!!

Abraço
Miguel