terça-feira, 16 de setembro de 2008

É COMO SE NÃO FOSSE NADA...



Passaram-se quase quinze dias desde a última crónica, embora os assuntos capazes de uma boa abordagem continuassem a sair nos jornais, mas como calculam a crise acentuou-se e eu, que acartava resmas de jornais diariamente para casa fico-me agora com o "diário de notícias" ao fim de semana porque além das notícias e reportagens ainda é acompanhada de uma revista a cores, com alguns artigos muito interessantes.
Mas como devem calcular, o facto de se aproximar mais um ano lectivo e de ter que promover todas as minhas capacidades didactico-pedagógicas, neste ano de graça da avaliação dos professores, como se antes disso nunca tivessem sido avaliados e supra-sumo das teorias educacionais contemporâneas, esquecendo que os avaliados já foram avaliadores, orientadores de estágio, formadores, supervisores pedagógicos, com cargos e funções ministerialmente reconhecidas... está bem, mas isso já foi no século passado e agora estamos no século XXI. Há que fazer cumprir as directrizes emanadas por quem sabe e cuidadinho porque se não estiverem de acordo com os documentos interneticamente fornecidos, apanham com uma avaliação "regular" que é para passarem o resto da vida no 7º escalão ou irem para o Zimbabué em comissão de serviço.
Claro que o grupo de professores de que faço parte é um caso à parte e já está a produzir documentos em catadupa, o que também por isso, me leva a escrever apenas uma crónica por semana, pois nem imaginam o que já saiu da impressora só esta semana...
Parafraseando o meu colega Miguel, estamos constituídos em comissão de reflexão para os problemas educacionais e avaliativos, colocando em cima da mesa catorze resmas de papel "Navigator" de 80 gr/m2 (eu sei que deviam ser recicladas, mas estas são mais branquinhas), para serem preenchidas em estreita ligação com o PCT (Plano Curricular de Turma), tendo em conta o PDC (Plano de Desenvolvimento Curricular), nunca esquecendo o PCE (Plano Curricular de Escola), importantíssimos para sustentar o PA (Plano de Avaliação) e o PEE (que agora não me lembro o que é, mas também não vem ao caso). Afirma o Miguel e nós concordamos, abanando a cabeça acima e abaixo, que o PCD e o PDC serão baseados no PA e no PCE (faz-me lembrar o Santiago Carrillo...), mas a qualquer momento o PCE pode influenciar a dinâmica do PA, sem esquecer contudo que o PDC poderá a qualquer momento mudar se o PCE também o fizer, influenciado pelo RI, entretanto aprovado pela AGE, ratificado pelo CP e executado pela CE.
Será esta multiplicidade de inter-relações sistémicas, nas quais assentará o simples e atrativo edifício pedagógico, que o grupo de professores a que pertenço assentará baterias, tendo-se inscrito num dos muitos campeonatos de SUDOKU, nível avançado, à venda em qualquer tabacaria perto de nós.
Parece haver ainda um tal PEI, do qual não sabemos bem como integrar na discussão, até porque há quem ainda não controle todos os parâmetros avaliativos necessários para chegar com vida a Dezembro de 2009.

Até lá ainda teremos os jovens, os únicos capazes de nos tornarem as coisas mais simples.

2 comentários:

tD@m disse...

Bem vindo. É bom verificar que voltaste ao activo. Já estava a ficar preocupado.

Miguel Sentieiro disse...

Amigo Lúcio

Eu cá sei como aplicar um PEI bem aplicadinho em todos esses Pês. Bastava uma bela jantarada em tua casa, com muito feijão e cervejola, que a malta se PEI...dava de bom grado em todos os burocratas que minaram o ensino. Eu vou continuar a dar as minhas aulinhas o melhor que sei e posso, quanto aos Pês,...é muito navigator mandado às malvas...
Abraço
Miguel