terça-feira, 7 de junho de 2011

ELEIÇÕES

Desde que a "troika" confirmou o coletivo estado de falência de Portugal que perdi a vontade de escrever, mas é que perdi mesmo, porque é muito difícil enfrentar a escrita com um estado de espírito macambúzio, tristonho, numa antecipação de um estado quase moribundo, que nos deixa de rastos, sem vontade de reagir ao infortúnio, qual adepto de um clube que quer ganhar e tem sempre na frente um intransponível FCP...
A dívida esmaga-nos literalmente, a do Estado e a nossa mesmo, aquela que soma prestações da casa, do carro, das propinas dos filhos, do computador, do telemóvel, do IRS, do IVA, do IMI e do ISP... bem, só não andamos por aí a chorar porque sempre ouvimos dizer que "um homem não chora".
Depois de todo o folclore da campanha, com os mesmos emplastros de sempre a agitar bandeirinhas, os jantares que alguém há-de pagar, os bonés que não se usam mais a não ser pelos militantes com as quotas em dia, escolheu-se um primeiro-ministro legitimamente eleito por 2 milhões dos cerca de 9 milhões de potenciais eleitores, numa proprção que me dá o direito de ser só eu a mandar lá em casa, ou seja, um voto meu num universo de quatro possíveis.
Mas se há emprego estável, engravatado e perfumado não é concerteza o de primeiro-ministro, pelo que uma pessoa de bom senso escolheria antes o lugar do motorista do chefe de governo em vez de querer salvar a nação da bancarrota e de levar com a sola do sapato ao fim de quatro anos de missão, deixando o buraco das finanças ainda maior.
Li no jornal que o companheiro Passos começou o seu brilhante percurso aos 14 anos, a colar cartazes daqueles que diziam "hoje somos muitos, amanhã seremos milhões", cor de laranja e com três setinhas, meteu-se na "jota", chegou a presidente, foi estudando, licenciou-se e já estava encaixado numa universidade, como "professor universitário", conforme o curriculo impresso, quando as circunstâncias o elevaram à condição de "administrador da massa falida".
Claro que vou estar atento a novos freeports, apartamentos comprados pela mãe com dinheiro vivo, primos na China e tios a viver com a reforma mínima na Quinta da Marinha, mas também com resorts de luxo em Cabo Verde, contas em off-shores e empresas em Porto Rico, para além de consultórios de advogados "júdices", "proenças" e outros, pagos a peso de ouro para dizer que sim, mas é claro qe eu vou esquecer tudo isso se o deficit acabar, só não me posso esquecer do meu deficit nas prestações da casa, do carro, das propinas dos filhos, no IMI, no IVA, no IRS, no ISP... mas é certo que daqui a quatro anos, se o buraco estiver ainda maior, já sei o que fazer, desde que o camarada Guterres continue a tratar de refugiados, deslocados e maltratados...
É certo que me alheei um pouco das eleições deste ano, não porque seja contra as eleições, mas apenas porque me atrasei um pouco e quando pensei votar já tinham fechado as urnas, mas verifiquei com algum alívio, que o meu voto não ía alterar os resultados, no entanto prometo que vou ser rigoroso nos próximos quatro anos, gastando só o que tenho, poupando o máximo, não pedindo dinheiro emprestado a ninguém e pagando todos os impostos e encargos assumidos, esperando dos governantes que façam o mesmo.
Prometo também não me envolver em campanhas partidárias, manifestações de apoio ou protesto, pontes, reuniões só para perder tempo, viagens e ajudas de custo à conta do Estado nem sequer comparecer, sim comparecer, a debates na tv com o Miguel Sousa Tavares, Rui Rangel, Pacheco Pereira ou Marcelo Rebelo de Sousa. Se daqui a quatro anos o buraco for maior ainda... peço ajuda ao camarada Guterres.

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