domingo, 12 de junho de 2011

À AMÉRICA É QUE EU NÃO VOU!

Neste mundo glosado e globalizado, andar por aí como o Santana Lopes ainda vá que não vá, agora pensar ir passar umas férias nos Estados Unidos é que tá fora de questão e até o Al Capone, se fosse hoje, nunca se aventuraria além do Cabo da Roca, porque haveria um Sá Fernandes, um Nabais ou um Júdice a lembrar-lhe que aqui poderia matar e esfolar até querer, que nunca dez mortes valeriam mais prisão que uma, nunca haveria homicídios voluntários desde que chorasse à frente da juíza e mesmo que não tivesse residência, sempre se haveria de encontrar uma pena de apresentação na esquadra da residência, como recursos até ao supremo, desde que o cliente seja como o Isaltino ou a Felgueiras e tenha... recursos.

O que aconteceu ao diretor geral do FMI, poderia acontecer ao mais pintado, desde o Clinton ao Grant, desde o Schwarzeneger aos Governadores de Estado (não me lembro qual, mas acho que não escapa um), mas dá-me a impressão que o homem analisou a questão como analisava os empréstimos, nem perguntava aos clientes se podiam ou não podiam... mas não me entra na cabeça, salvo seja, que um milionário num hotel de luxo, sentindo-se só, não tenha tido a inteligente atitude de requisitar à recepção os serviços de uma profissional competente, como já por várias vezes me foi sugerido quando fazia o check-in e me viam desamparado, mesmo sabendo eles que o meu cartão só é igual ao dele no tamanho e na quantidade de plástico.

Eu investigador desses serviços policiais nova-iorquinos, suficientemente preparado, algemo e acuso o homem só porque a empregada de limpeza estava onde não devia, porque as funcionárias de hotel sabem que só devem entrar nos quartos quando não está lá ninguém, nem sequer viu que o cartão de entrada do quarto devia estar no local onde se acendem as luzes e se liga a energia eletrica.

Quero pensar que pode ter sido um equívoco, ou seja, o homem estava sozinho, sentiu necessidade de companhia e requisitou por telefone à recepção. Deslocou-se à casa de banho onde se lavou e perfumou e quando saiu deu com uma senhora talvez bonita, pensando que era a profissional que requisitara. Impaciente, nem lhe perguntou "água vai" e só deu pelo engano quando ela começou a gritar, se é que gritou, que isso eu não li em lado nenhum, engano esse que o fez telefonar aos amigos a contar a trapalhada e a receber como resposta "vai para Portugal que o violador de Telheiras apanha 6 meses de pena suspensa, portanto tu nem chegas a ir à esquadra". Quem não ía apanhar o primeiro avião para a Europa desenvolvida, onde se encontra uma Monica Lewinsky em cada esquina, desde o Marquês ao Cais do Sodré, todas melhores que uma empregada de limpeza?

Ok, eu entendo, dá-lhe 75 anos de prisão, para provar a esta gente que na América são todos iguais perante a lei, ricos e pobres, homens e mulheres, gays e os outros, ao contrário desta Europa onde só um privilegiado pode requisitar uma profissional vestida de empregada de limpeza. Isto há cada fetiche...

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