sexta-feira, 5 de novembro de 2010

DÍVIDAS, DÚVIDAS, DÁDIVAS

Como é possível tanto clamor sobre dívidas se na verdade a nossa vida pessoal e colectiva conviveu, convive e sobreviverá "ad eternum" com isso tudo e o resto que, não estando orçamentado, se cimentará pelos séculos mais próximos?
Qual a necessidade de promover o "stress", a angústia e o medo na maioria dos portugueses que anseiam pela bancarrota? sim, anseiam por que isto páre por uns tempos, porque uma pessoa com saldo negativo só espera que os credores morram ou se afundem na tal bancarrota... então se eu devo cem mil euros e só tenho 100 na conta bancária estou preocupado? preocupados devem estar os credores, mas adiante...
Claro que depois das dívidas sobrevêm as dúvidas, porque parece que alguém se lembrou que as obras governamentais, tais como auto-estradas, pontes, comboios, estádios, festas e fados, construídos para que todo o povo usufruísse, estão a dar cabo do orçamento, o que só se resolve com o corte dos salários dos funcionários públicos... e eu pergunto, então essas obras que provocaram prejuízos e despesas assustadoras a médio e longo prazo e que servem toda a população só vão ser pagas com o dinheiros de uns? o funcionário a quem cortam o vencimento porque há obras para pagar, foi chamado a pronunciar-se se queria essas obras, as quais é agora obrigado a pagar? e a iniciativa privada, que usufruiu todos os dias dessas estruturas, não paga nada? e os accionistas da PT que vão receber juros livres de impostos são diferentes do cidadão que tem um dinheirito a prazo e vê o Estado sacar-lhe 25% de imposto sobre o miserável juro obtido com o depósito?
E a dúvida mantém-se... para quando a prisão de todos os gatunos que nos últimos 36 anos levaram o país à falência? a propósito, Alberto João Jardim chamou hoje gatunos a todos aqueles que lhe proíbem acumular o vencimento de presidente do governo regional com alguma reformazita com que se abotoa. Só hoje é que lhes chama ladrões quando lhe chegaram ao bolso? na semana passada quando roubaram o abono de família aos desgraçados não o ouvi dizer nada...
Mas o melhor é seguirmos para as dádivas, já que de dívidas e dúvidas estamos esclarecidos... será que o governo não sabia que a situação estava mal quando oferecemos estádios de futebol à Palestina, centenas de milhões de euros à Grécia ou enterramos milhares de milhões de euros num banco comercial que deveria ter falido como acontece em qualquer país livre e democrático?
Não precisamos mudar de país, mas acho que precisamos de mudar de povo...

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