segunda-feira, 18 de outubro de 2010

TOMA QUE É TABACO

MIL TREZENTOS E SETENTA MILHÕES DE EUROS DE IMPOSTO SOBRE O TABACO PREVISTOS PARA 2011!

É obra! sim, é obra tanto dinheiro arrecadado pelo Estado em impostos sobre o tabaco, previsto para o ano de 2011, o que de alguma forma me lembra o Almirante Pinheiro de Azevedo a gritar ao povo no Terreiro do Paço nos idos de 75, "Calma, calma que isto é só fumaça!"

É mesmo muita fumaça, porque contando que metade da população não fume, eu pus-me a fazer contas e cheguei a conclusões estarrecedoras, ora vejam:

274 euros por ano a cada fumador, mais de 75 cêntimos por dia para o Estado em impostos do tabaco, 22,50 euros por mês ou os tais 274 euros por ano, já para não falar do custo do tabaco em si mesmo que daria para um fumador que deixasse de o ser, uma poupança capaz de proporcionar umas férias no Algarve para a família.

Claro que se essa poupança acontecesse, o que acho pouco provável, porque a maioria dos fumadores são mesmo viciados e acham que se deixassem de fumar, o governo teria de inventar um outro imposto para tapar o buraco, porque se uns são viciados em tabaco o governo é viciado em impostos, diria eu que já que é para estorrar, antes a fumar que a fazer festas de aniversário da Direcção Geral de Finanças.

Se quisessemos aprofundar a coisa, chegaríamos a uma conclusão interessante, que demonstra bem o empenho dos fumadores/contribuintes na salvação da pátria, ou seja, se apoiam o governo devem continuar a fumar porque os seus impostos são necessários ao orçamento do Estado e não sobrecarregam os não fumadores, devendo por isso ser objecto de gratidão do povo e do Estado, não se sujeitando a ter de fumar no meio da rua ou em vãos de escada, apenas porque os que nada dão ao país não gostam do fumo.

Se não fumam devem ser fortemente penalisados com uma "taxa de não fumador", uma vez que não contribuem para combater o deficit, vão menos vezes aos hospitais e contribuem menos com as taxas moderadoras, dão-se ao luxo de andar por aí a correr a proclamar que não fumam e estão cheios de saúde, deixando os carros em casa e não contribuindo para o Estado através do imposto sobre os produtos petrolíferos, enfim, uns parasitas que só contam para levar dinheiro à comunidade e para ajudar a falir este país de quase nove séculos. Lembrei agora que um desses é um tal Sócrates que fumava às escondidas no avião e prometeu deixar de fumar, anda por aí a correr e só anda em carros do Estado com gasolina paga por todos nós.
Bem faziam as senhoras do MNF (movimento nacional feminino, para os mais novos e se tiverem dúvidas procurem saber mais na net), que a primeira coisa que faziam aos jovens de 20 anos durante a guerra era oferecer uns macinhos de tabaco para lhes meter o vício, mal sabendo que estavam a arranjar novos contribuintes para o Estado ou para a Nação como era costume na época.
Segundo alguns estudos que realizei, científicamente comprovados, tal qual a brancura do Colgate, cheguei à brilhante conclusão que são os pobres aqueles que mais contribuem para o Estado através do imposto sobre o tabaco, pelo que acho perfeitamente natural que o governo se empenhe em criar o máximo de pobres possível, arrecadando cada vez mais impostos e acabando em poucos anos com o deficit. Proponho até que se não chegar, o governo legalize a marijuana e o haxixe, criando um novo nível de fumaça e mais uma fonte de receita, para que o saldo das contas públicas comece a ficar positivo.
Hoje sinto-me culpado sim, culpado do deficit, porque deixei de fumar há mais de trinta anos e foi a partir daí que o país se começou a afundar financeiramente apenas e só pela falta dos meus impostos relativos ao tabaco.



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