quinta-feira, 2 de agosto de 2012

EXPLIQUEM-ME A CRISE, POR FAVOR!

Expliquem-me a crise, como se eu fosse burro! houve um tempo em que se brincava com frases parecidas com esta, mas começo a pensar que a brincadeira já está a ir longe demais, tantos os especialistas que dia após dia aparecem nas televisões a mandar "bitaites", como diria o professor Hernâni Gonçalves.
Li há dias uma frase fantástica, onde, mais palavra, menos palavra, se afirmava serem os economistas os técnicos mais capazes de cientificamente prever como tudo vai acontecer e de justificar ao pormenor posteriormente porque nada do que previram aconteceu... e essa frase se tem a sua piada, começa a convencer-me que é mais real do que parece.
Então não é que aquela classe privilegiada que são os funcionários públicos, toda a vida beneficiários de um estatuto tão bom, que até parece estranho que nem um faça parte dos 100 mais ricos do país, viram-se sem os subsídios de férias e de natal, só porque o patrão "Estado" não tem dinheiro para lhes pagar?
Ainda nenhum desses especialistas que debitam na televisão esclareceu porque só os funcionários foram espoliados dos subsídios, mas talvez porque só o patrão "estado" não tenha dinheiro para lhes pagar, o que me leva a admitir numa sociedade de direito que também as empresas com prejuízos tenham moral para não pagar os subsídios aos seus funcionários.
Mais interessante é saber porque é que o Estado não tem dinheiro para os compromissos. Os funcionários roubaram o dinheiro? os funcionários não pagaram sempre os impostos devidos? os funcionários não descontaram o que era devido?
Os especialistas não explicaram nada, disseram apenas que o Estado não despede os funcionários... ah não? então esperem por Setembro e vão encontrar 20 mil professores nos centros de emprego, alguns deles com 15 ou 20 anos de trabalho consecutivos. Ainda está para nascer a primeira empresa privada que despeça de uma só vez 20 mil funcionários, mas ainda não me convenceram que esta coisa do privilégio dos funcionários públicos não exista.
Só preciso de mais uma explicaçãozinha para me convencer plenamente da justiça do corte só para alguns. O Estado pediu dinheiro emprestado para construir a Expo98? e gastou dinheiro em estádios do Euro2004? e gastou milhares de milhões de euros a construir 43 auto-estradas? e gastou mais milhões a construir pontes em Lisboa, Coimbra, Vila Real de Santo António, Porto, Castelo de Paiva e tantas outras localidades? e agora uma pergunta ingénua: o Estado endividou-se, pediu dinheiro emprestado e fez estas obras todas só para os funcionários públicos? então se todas as obras foram feitas com a assumpção de dívidas por parte do Estado e para benefício de todos os portugueses, agora que é preciso pagar, vai-se só aos subsídios dos funcionários publicos? então os privados não andam nas auto-estradas e ex-scuts, pontes, expos e estádios?
Espero que me expliquem sim, mas de maneira que eu não me sinta burro, ok?

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