terça-feira, 8 de março de 2011

DÁ-LHE FALÂNCIO!!!

Nada melhor nesta época carnavalesca que a canção vencedora do "festival da canção RTP", porque é mesmo uma rábula, esta coisa dos "festivais da Eurovisão" não deixa de ser uma patetice onde ganham sempre as melhores e maiores editoras europeias e onde já levamos algumas canções bonitas e sempre tivemos os votos da... Espanha, numa fase em que ainda não havia votos com valor acrescentado dos emigrantes.
Hoje li vários comentários jornalísticos, associando esta bem disposta dupla, que na verdade nem cantar sabe, a políticas de esquerda, PRECs e canções de intervenção, numa gritante falta de bom senso, formulando até hipóteses de conflito com a Europa política ou até mesmo com os humores dos credores do país, os quais ao verem o baixo nível a que chegamos, ficam sem vontade de nos emprestar mais dinheiro.
Pessoas que fazem da escrita a sua profissão, que ganham dinheiro com crónicas pretensamente responsáveis, caem com frequência na censura que não querem nunca para elas, elaborando mentalmente uma sociedade cinzenta em que não podem ter lugar os "Gel e Falâncios" cá do burgo, nos quais eu não gastaria os 0,60€ + IVA que os levará à Alemanha e que, segundo os especialistas da escrita e das canções, nos envergonhará em toda a Europa.
Pensava eu que já nem havia "festivais da canção", tanto pela pouca informação (o jogo do Benfica foi publicitado vinte ou trinta vezes mais que este "festival"), como pela ausência de intérpretes conhecidos do público, confesso mesmo que não tive oportunidade de ver o espectáculo, que troquei por um magnífico concerto de Pedro Burmester no cine-teatro do burgo, mas para ficar chocado como os jornalistas era preciso que o governo nos desse música melhor que o "gel" e o "falâncio", o que não acontece...
Um conjunto de "palhaços" na Eurovisão, porque não? então não é o que sempre temos visto? um transexual a representar Israel, uma cantora descalça, uns meio despidos, outros meio vestidos, uns pintados ou nem pintados, uns em playback, outros sem voz e nunca ninguém ficou chateado com a coisa.
Claro que eu até acho que estes "fait-divers" não representam nada, não sei mesmo quantos telefonemas foram realizados pelo público e quantos elegeram o "gel" e o "falâncio", mas isto dá uma imagem do que as pessoas pensam da situação a que a "elite" dirigente deixou chegar o país, onde não se lê, não se escreve, não se conversa, não se valoriza quem se esforça, onde um miúdo engraçado se torna uma estrela, onde o antónio das "vacas", os modelos, os jovens das novelas entretêm o pessoal e saem nas revistas.
Já os vimos em cimeiras, em conferências, em colóquios, em empresas, em governos e agora não os querem na "Eurovisão"? ao menos estes fazem-me rir...

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