domingo, 16 de maio de 2010

A BRUNA...

"Pára com essa maldita campaínha!" dizia um actor brasileiro numa comédia dos anos 80, quando olhava a "Bruna", humm essa Bruna que cada um de nós tem guardada no sub-cortex da adolescência, na fantasiosa caminhada que sempre se construía entre uma matiné de sábado à tarde ou festa de aniversário.
Pois foi de tudo isso que me lembrei quando tomei conhecimento da professora Bruna e da notícia de que uma câmara municipal (em letras minúsculas, pois claro), tinha tomado a decisão de suspender as actividades de enriquecimento cultural da professora, uma vez que isso era incompatível com umas fotos mais arrojadas nas páginas da "Playboy" e com o facto de as crianças poderem ficar traumatizadas ao olhar a "stôra", não sei se despida ou vestida.
De vez em quando aparece uma criatura a querer dar nas vistas, com atitudes censórias e prepotentes que me fazem lembrar um qualquer ayatolah da família Kohmeini, que todos nós costumamos catalogar de ditadores ou fanáticos religiosos, mas esta coisa de querer condicionar a liberdade das pessoas já vem de longe e tantos anos depois do 25 de Abril, onde se gritou a necessidade da liberdade de pensamentos, costumes e palavras, continuam a aparecer figuras de triste memória em cargos de alguma responsabilidade.
Então uma cidadã tecnica e pedagogicamente habilitada pode ser suspensa das suas funções profissionais apenas porque nos seus tempos livres aceitou tirar umas fotos com as mamas, as coxas ou as nádegas à mostra? e um deputado que na sua função profissional e dentro do horário de trabalho rouba uns gravadores de bolso aos jornalistas, pode continuar em funções?
Não consigo ver onde um acto normal, numa sociedade livre e democrática exercido por uma cidadã nas suas horas livres pode ser causa de suspensão de funções profissionais e começo a ter alguns receios, sei lá, uma professora a passar férias num campo naturista, devidamente legalizado pelo governo, pode ser suspensa ou até despedida com justa causa se entretanto encontrar um aluno com os pais nesse mesmo campo?
E uma professora com roupa a mais poderá ser também despedida? bem, eu acho que deve ser urgentemente criado um regulamento que indique com rigor quantas peças de roupa uma professora deve utilizar na escola e fora dela, para não se criarem situações passíveis de suspensão ou até mesmo despedimento, uma vez que não estamos livres de aparecer nalguma escola uma professora convertida ao islão com uma burka dos pés à cabeça.
Se querem saber, uma professora tem bastante influência na aprendizagem das crianças e jovens, até porque na sua grande maioria são pessoas simpáticas, atenciosas, competentes e muitas vezes encarnam o papel das mães ausentes de muitas crianças deste país, mas sem qualquer base científica eu arrisco dizer que se elas forem bonitas e jovens como a Bruna, a aprendizagem aumenta e o absentismo diminui, sem precisar de justificar este tipo de comportamentos nos jovens e se a professora for directora de turma, até os pais são mais assíduos às reuniões escolares.
Sem saber porquê, uma vereadora gorducha e mal encarada resolveu suspender a Bruna... não é possível vestir-lhe uma burka?

Um comentário:

Anônimo disse...

No meu tempo não havia nenhuma Bruna,...havia a Dona Franca que nos mandava umas reguadas por cada erro ortográfico. É por isso que eu não aprendi lá grande coisa. Com uma Bruna o caso mudaria de figura...
Miguel